Políticos de partidos em federação com PT defendem aliança e Izolda candidata

O presidente estadual do PV, Marcelo Silva e o vereador Evaldo Lima (PCdoB) defenderam a continuidade da aliança PT-PDT no Ceará em função na legitimidade da atual governadora Izoda Cela (PDT) disputar sua reeleição em outubro

Políticos de PCdoB e PV, partidos integrantes da federação com o PT, acompanham com atenção a escalada de atritos entre petistas e o PDT sobre a aliança para o Governo do Estado. Ao formar federação em âmbito nacional, os partidos passam a atuar em conjunto pelo período de quatro anos, no mínimo, quase como se fossem uma mesma agremiação. O PT é bem maior que os outros dois. Assim, para onde for o PT, PCdoB e PV precisam ir também. Principal líder do PT cearense, o deputado federal José Guimarães disse que a aliança está "no limite". Nomes destacados nas duas outras legendas esperam, contudo, que o acordo se mantenha. Porém, concordam com Guimarães quanto ao apoio à reeleição da governadora Izolda Cela (PDT).

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Presidente estadual do PV, Marcelo Silva defende em primeiro lugar o entendimento e a resolução dos atritos entre PT e PDT. Ele afirma que o partido ainda não se reuniu para definir posição unificada, mas prega que a escolha da candidatura pelo PDT obedeça a critérios. E entende que deve ser respeitada a posição de Izolda como alternativa natural.

"A gente tem se reunido muito, a federação, presidente do PT, PV, e PCdoB. Eu acho que o máximo que se puder fazer para continuar a aliança que fez bem ao Ceará, que a gente busque. Agora, com relação à candidatura, tudo na vida eu gosto de falar tem de ter critério. É natural quem está no poder ter condição de se reeleger, poder buscar esse direito."

O dirigente do PV defende a "integridade" da atual governadora para buscar continuar no Palácio da Abolição. "A lei permite e eu (quem está no cargo) quero continuar meu trabalho, sempre tem consenso, principalmente uma pessoa como a Izolda, que a gente sabe da integridade. Ela não é governadora hoje? Por que ela não tem direito de dizer 'quero continuar governando'? Quem está tem direito de querer permanecer", completou Marcelo.

Sobre Roberto Cláudio, o outro pré-candidato que divide com Izolda o posto de mais cotado no PDT, Marcelo Silva elogiou a gestão do ex-prefeito na Capital e disse ter boa relação com ele. Porém, prioriza outros critérios. "Se fosse o contrário e se o Roberto Cláudio estivesse lá, ele teria direito de se reeleger. As pessoas não veem isso. A gente tem de respeitar o direito do outro para que o outro também respeite o seu direito", argumentou.

"Se o PV for votar, a gente quer um acordo. Mas, se não chegar, é natural que as forças tomem posição e cada um lançar seus nomes, o que é até um prejuízo para o Ceará", reforçou o presidente do PV.

No PCdoB, o vereador Evaldo Lima (PCdoB) defende que a responsabilidade é pela "manutenção da unidade política dessas forças para derrotar o projeto do candidato do Bolsonaro no Ceará". Ele afirma que a tensão dentro da aliança "não beneficia a construção coletiva de um projeto de desenvolvimento e defesa da democracia".

"Só interessa ou beneficia projetos autoritários, de viés fascista, representante do bolsonarismo". Ele considera que a manutenção do projeto deve estar acima de desentendimentos.  "No Ceará, o esforço pela manutenção e evolução do atual projeto político exige muito empenho para superar eventuais divergências e contradições", completou Evaldo.

Questionado sobre a candidatura de Izolda, o parlamentar disse ver na pedetista um "quadro com capacidade técnica e política". "Justo e legítimo. Unifica os partidos da base e do projeto político de desenvolvimento com justiça social no Ceará", afirmou sobre a hipótese de ela ser candidata.

Do mesmo partido, o deputado estadual Carlos Felipe vai na mesma direção. "Nosso partido acredita na ponderação e, portanto, na continuidade do projeto e na unidade do projeto político. Ao mesmo tempo que defende a pré-candidatura da governadora como legítima e justa."

Já o candidato do PCdoB na última eleição para prefeito de Fortaleza, Anízio Melo (PCdoB), presidente do sindicato de professores Apeoc, entende que o PDT tem soberania para tomar a decisão e que quem quer que seja escolhido deve ter apoio da federação.

"Acredito e defendo que, na aliança, o PDT tem o direito de indicar o nome para o governo estadual em 2022 e o que podemos, enquanto aliados, é expressar nossa posição de resposta à decisão soberana do PDT e que esta possa dialogar e construir a unidade da chapa, do programa e plataforma. Nesse sentido, espero o recuo da crise a partir da responsabilidade das lideranças do PT e do PDT", afirmou.

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