Tudo por uma Segunda Chance: novela peca por desorganização

'Tudo por uma Segunda Chance' é satisfatória, mas peca por desorganização

Novela vertical da Globo estreia nas redes sociais com audiência satisfatória, mas causa confusão no público

“Onde essa novela tá passando?” e “Essa novela passa depois de ‘Três Graças’?” foram alguns das dúvidas mais comuns nos capítulos de “Tudo por uma Segunda Chance”, novela vertical da Globo que estreou na terça-feira, 25.

A nova produção foi divulgada na TV somente dentro de outra novela da emissora, “Dona de Mim”, que mostrou a personagem Kamila (Giovanna Lancellotti) viciada em assistir “Tudo por uma Segunda Chance”. Logo em seguida à cena, o perfil da Globo publicou 10 episódios do melodrama. 

A novelinha, como esperado de uma produção vertical, é rápida e bem produzida, mas pouco apelativa — o que é um problema. O que fez com que o formato ganhasse sucesso nas redes sociais, especialmente no TikTok, foram justamente anúncios com divulgação de cenas e enredos exagerados e intencionalmente cafonas.

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Novelas verticais são exageradas

Por se levar a sério demais, a trama se encaixa como uma história morna, que não causa apego para uma continuação. Em geral, as novelas verticais são exageradas e inverossímeis, o que acaba por prender o público com os absurdos.

Um exemplo perfeito é "A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário", primeiro melodrama brasileiro nesse formato, que ultrapassou meio bilhão de visualizações somente na plataforma oficial (não considerando outros perfis que vazaram o conteúdo).

A história da produção acompanha uma jovem benevolente que aceitou um casamento arranjado em troca de dinheiro para custear o tratamento de saúde de sua mãe. Na trama, ela descobre que o seu marido, supostamente falido e ex-presidiário, é um galã sexy e bilionário, líder de uma máfia.

Em um paralelo, “Tudo por uma Segunda Chance” conta a história de um triângulo amoroso, com um mocinho rico que perde a memória e acaba caindo no golpe de uma mulher para separar o casal principal. Esse enredo, se bem desenvolvido, poderia até ser uma novela “das nove”, o que, nesse caso, não é bom - já que o formato se popularizou nas redes como algo escrachado.

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Desorganização

A trama morna nem é o pior de “Tudo por uma Segunda Chance”, esse mérito é atribuído à desorganização de distribuição. Nas principais redes sociais da Globo, Instagram e TikTok, o conteúdo se perde em meio às dezenas de vídeos publicados por dia. É necessário um esforço de busca para conseguir assistir tudo em ordem, o que também não é a realidade do público comum.

Em apuração feita às 14 horas desta quarta-feira, 26, é notada a diferença de quase 2 milhões de visualizações entre os capítulos, que não representa necessariamente o abandono da trama. O primeiro episódio publicado consta com 883 mil expectadores, enquanto o sexto tem 2,3 milhões. O último episódio tem 1,2 milhão de visualizações, mas o oitavo está na margem dos 582 mil.

É uma bagunça.

Em resumo, o saldo é positivo. É a primeira tentativa da Globo em produzir uma novela vertical, ideia que não tardou a acontecer, o que mostra que a emissora está disposta a inovar. Infelizmente, a trama é “boa demais” para ter o sucesso que demais melodramas do formato conseguiram.

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