Êta Mundo Melhor: estreia tem morte, ressurreição e boa audiência
Estreia de "Êta Mundo Melhor", continuação de "Êta Mundo Bom", supera ibope do Jornal Nacional e da novela das 19 horas; veja o que aconteceu no capítulo
Estreou nesta segunda-feira, 30, a novela “Êta Mundo Melhor”, que traz continuações não muito felizes das histórias de “Êta Mundo Bom” (2016), trama que conquistou o público da faixa das 18 horas na Globo.
Para dar continuação às histórias findadas há quase 10 anos, Walcyr Carrasco — autor de “Êta Mundo Bom” e dos 30 primeiros capítulos da nova novela — precisou “dar seus pulos”, considerando a falta de personagens do elenco original e a formação de novos enredos.
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'Êta Mundo Melhor': como foi o primeiro capítulo?
O primeiro capítulo já começa com uma das estrelas da trama: o burro Policarpo, desta vez interpretado pela burra Juliana, visto que o “ator” original precisou ser substituído. Na cena, o protagonista Candinho (Sergio Guizé) dorme enquanto o magicamente ressuscitado vilão Ernesto (Eriberto Leão) sequestra seu filho e tenta roubar seu companheiro equino.
Para aumentar a tristeza de Candinho, o vilão também anuncia que estava se envolvendo com a sua esposa, Filó (Débora Nascimento). Na busca por recuperar o filho e encontrar a amada, Candinho descobre que a mulher foi morta em um incêndio e o filho foi dado a um casal na zona rural de São Paulo.
Mesmo com tantas tragédias e sentimento de desespero, o protagonista repete o lema que carrega desde o início da novela de 2016: "Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é pra meiorá". Parece ironia, mas esta é a história de “Êta Mundo Melhor”.
Esse, no entanto, é exatamente o humor que fez a “novela do Candinho” ganhar o coração dos brasileiros, característica que levou a estreia da continuação alcançar os 21,4 pontos de audiência na Grande São Paulo.
O número superou a audiência do dia do Jornal Nacional, que teve 21,1 pontos, e da novela “Dona de Mim”, com 21,3 pontos. O ibope do capítulo foi próximo do remake “Vale Tudo”, que teve 21,9 pontos no mesmo dia.
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'Êta Mundo Melhor': enredo e novidades
O que torna a trama de “Êta Mundo Melhor” gostosa de assistir é a leveza, a mesma buscada principalmente por jovens e idosos que caíram na graça da simplicidade das novelas coreanas (doramas) e turcas.
É simples: o protagonista caricato perde o filho e a esposa traidora, então pede ajuda a um primo inteligente e traiçoeiro, Celso (Rainer Cadete). Juntos, eles contratam um detetive atrapalhado e iniciam a saga para encontrar o bebê, chegando a ficar quase cara-a-cara com a criança, que tem a voz confundida pelo miado de um gato.
O bebê, por sua vez, é uma criança que não chora. Mesmo tendo sido sequestrado por um desconhecido, entregue a uma família caipira e doado posteriormente a uma, cigana Carmem (Cristiane Amorim), que o vendeu para uma trambiqueira dona de um orfanato, o filho de Candinho não desperdiçou suas lágrimas em nenhum momento — ainda que com fome. Será um bebê reborn?
Todos na novela são atrapalhados e estranhamente engraçados. Além disso, as músicas da trilha sonora acrescentam ao tom engraçadinho do folhetim. Mesmo os personagens inéditos, como o “núcleo Chiquititas” do orfanato, se tornam bem humorados quando entendido todo o tom da novela.
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Exemplos ditos são ditos a seguir: no hospital, a notícia de morte da Filó foi dada pela enfermeira com um “ela foi desta para melhor” e não gerou choro em absolutamente ninguém, nem em quem a chamava de “o amor da minha vida”.
Já a estrela teen Larissa Manoela, tem uma breve passagem pelo primeiro capítulo de “Êta Mundo Melhor”. Sua personagem, Estela, é estudante de enfermagem e se arruma às pressas para o trabalho. Na cena que aparece, é apresentado que ela cuida do café da manhã da avó Aurora (Lu Grimaldi) e da irmã bebê (Isabelly Carvalho).
Olhando para a irmã Anabela, que só tem alguns meses, ela comenta: “Sinto no meu coração que as coisas vão mudar para melhor” — ambas ficaram órfãs recentemente, devido a um acidente com os pais.
Nos próximos capítulos, acontecerão passagens de tempo e novos núcleos e novas ressuscitações estão previstas para acontecer. Incluindo a volta da vilã Sandra (Flávia Alessandra), que ficou conhecida pelo bordão “as joias de titia”, mesmo sem nunca ter dito esta frase — um dos grandes efeitos Mandela do mundo noveleiro.