Recomendação de máscaras contra a Covid: o que as escolas estão fazendo?

Volta a valer a partir desta segunda-feira, 13 de junho, a recomendação de uso de máscaras em espaços fechados no Ceará. O novo decreto refere-se, sobretudo, aos ambientes escolares.

Em nota, tanto a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) quanto a Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza (SME), afirmaram que o uso de máscaras está recomendado em todas as escolas estaduais, bem como nas escolas municipais da Capital. As pastas, no entanto, não informaram como será feita essa recomendação aos estudantes, professores e funcionários.

Construir uma compreensão a partir de diálogos deve ser o procedimento das escolas particulares. “Estamos fazendo orientações, conversando com os alunos e os pais e sugerindo que todas as escolas aconselhem a recomendação da máscara em ambientes fechados e com muita gente”, explicou Graça Bringel, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), em entrevista à rádio O POVO CBN na manhã desta segunda-feira, 13.

Bringel afirma que “no momento, nas escolas, está tudo sob controle” e que a adesão deve ser tranquila. “Com as crianças, não tem sido muito complicado. O que elas querem é estar nas escolas, mesmo que seja de máscara”, diz. Além disso, ela garante que todas as escolas estão exigindo a atualização da vacinação de seus funcionários. “A escola é para cuidar não só dos alunos, mas também da família e das pessoas que fazem o colégio como um todo.”

Volta das máscaras nas escolas

A decisão de enfatizar a recomendação de uso de máscaras foi comunicada pela governadora Izolda Cela na última sexta-feira, 10. Até então, era vigente a recomendação para que idosos, gestantes, pessoas com comorbidades e pessoas com sintomas gripais utilizem o item de proteção, tanto em locais fechados como em ambientes abertos.

Concomitantemente, as máscaras já seguiam obrigatórias nos transportes coletivos e unidades de saúde – ainda que o dever não esteja sendo completamente seguido na prática.

Com a deliberação, formalmente registrada no decreto nº 34.795 de 11 de junho de 2022, fica recomendado o uso da proteção "nas escolas, em ambientes fechados e em ambientes abertos com aglomeração". Considera-se ambiente aberto os espaços ao ar livre, públicos ou privados, destinados à utilização simultânea por várias pessoas. São exemplos praças, parques, áreas de lazer, estádios de futebol, ruas e calçadas.

A diretriz vem em momento de alta nos casos registrados de Covid-19 no Estado. Depois de três meses com os números de casos de Covid-19 em queda, as confirmações da doença voltaram a subir no Ceará.

Conforme O POVO apurou com base em dados do IntegraSUS, plataforma da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o indicador começou a reduzir em fevereiro e teve aumento em maio. No mês passado, foram registrados 1.912 casos, 44,4% a mais do que as confirmações de abril. Até 11 de junho, foram confirmados 1.163 casos — 60,8% do total de maio.

Para Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), a medida é "pertinente" para o momento. Segundo o epidemiologista, o uso de máscara pode ser tornar obrigatório a depender da resposta da população, mas a maior probabilidade é que não haja uma "grande onda de casos graves", especialmente em virtude da cobertura vacinal atingida pelo Estado.

Testagem

Mesmo com o aumento, a Sesa chama a atenção para a subnotificação de casos e divulga os serviços do centro de testagem localizado no Hotel Excelsior, no Centro de Fortaleza. O posto atende por demanda espontânea de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 16 horas. Para a população residente em outros municípios cearenses, a recomendação é procurar uma unidade básica de saúde.

Casos confirmados e vacinação entre estudantes

Segundo informações da Sesa, no Ceará foram registrados 33.225 casos de Covid-19 entre estudantes desde o início de 2020. Desse total, 7.014 (21%) foram registrados neste ano.

Ainda de acordo com a Sesa, a cobertura vacinal para a população entre 12 e 17 anos é de 97% em relação à primeira dose (D1) e de 83% para a segunda dose (D2). Esse público começou a ser vacinado em agosto de 2021. Já para aqueles entre 5 e 11 anos, que começaram a receber as doses em janeiro deste ano, a cobertura é de 75,73% com a D1 e 48,5% para a D2.

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