Variante Delta do coronavírus já está no Brasil: o que precisamos saber

O POVO conversou com especialistas e reuniu as principais dúvidas sobre o contágio da nova variante no Brasil

Uma das maiores preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente, a transmissão da variante Delta do coronavírus já é uma realidade em vários países, inclusive no Brasil. Com casos confirmados na região Sudeste, especialistas apontam que a variante B.1.617 já pode ter chegado a outros estados do Brasil.

O POVO conversou com especialistas e reuniu as principais dúvidas sobre o contágio da nova variante no Brasil. Confira:

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Quais os casos confirmados mais recentes da variante delta no Brasil?

Segundo o Ministério da Saúde, 15 casos da variante Delta do novo coronavírus foram identificados e notificados no Brasil. Seis no navio que esteve na costa do Maranhão, três no Rio de Janeiro, um em Minas Gerais, dois no Paraná, dois em Goiás e um em São Paulo. Dentre esses casos, dois óbitos foram confirmados para a variante: no Maranhão e no Paraná.

Os casos mais recentes da variante foram confirmados na Região Sudeste na última terça, 6. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, os pacientes são um homem de 30 anos e uma mulher de 22 anos, moradores da Baixada Fluminense. Os casos, dos moradores de Seropédica e São João de Meriti, foram anotados nos dias 16 e 17 de junho. Os municípios foram comunicados e estão investigando se são transmissões ocorridas dentro do estado ou importadas.

Uma mulher grávida, de 42 anos, tornou-se a primeira paciente a morrer no Brasil com diagnóstico da variante Delta do novo coronavírus. A informação foi confirmada, no domingo, 27 de junho, pelo Ministério da Saúde. A vítima tinha vindo do Japão para Apuracana, no norte do Paraná, onde morreu em 18 de abril.

Quais as variantes em circulação no Brasil e por que a Delta preocupa tanto?

De acordo com o Edson Holanda Teixeira, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, a OMS identificou a circulação de quatro variantes no País:

- Alfa (B.1.1.7), inicialmente identificada no Reino Unido;

- Beta (B.1.351), inicialmente identificada na África do Sul;

- Gama (P1), inicialmente identificada em Manaus;

- Delta (B.1.617), inicialmente identificada na Índia.

"Essa variante [Delta] parece ser mais contagiosa, a transmissibilidade dela é maior, mas todas as medidas que conhecemos de proteção servem: ou seja, distanciamento social, uso do álcool em gel e uso de máscaras", reforça Edson.

+ B.1.617: o que é e como age a variante indiana do coronavírus

Vacinas são realmente eficazes contra as variantes?

Todas as vacinas que seguem sendo aplicadas no Ceará - da Pfizer, da AstraZeneca, da Janssen e a CoronaVac - funcionam contra a variante. Especialistas apontam, inclusive, que a imunização coletiva é a principal forma de alcançarmos a diminuição do contágio do vírus. 

Como surgiu a variante Delta?

A linhagem da B.1.617 tem três versões com algumas diferenças: a B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3. Elas foram descobertas na Índia entre outubro e dezembro de 2020 e, possivelmente, foram originadas no país. A variante conhecida como Delta se refere a B.1.617.2, reportada ainda em outubro do ano passado, e consta na lista de variantes de preocupação ou interesse do SARS-CoV-2, atualizada em 15 de junho de 2021, pela OMS.

Segundo a OMS, a variante vem se espalhando rapidamente em países que não estão vacinando rapidamente sua população. Em entrevista coletiva nesta quinta, 7, o diretor-geral Tedros Ghebreyesus, ressaltou preocupações com a rápida disseminação da variante. "Mais transmissão, mais variantes. Menos transmissão, menos variantes", citou, solicitando agilidade nos processos de imunização.

O que é uma variante?

Uma variante viral é o resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação - ou seja, durante seu contágio. Quanto mais um vírus circula, mais ele faz replicações e pode alterar mais sua estrutura.

É possível que a variante Delta chegue ao Ceará?

Devido ao baixo sequenciamento genético dos casos da Covid-19 em todo o País, especialistas apontam que a variante poderá circular em breve no estado cearense - como aconteceu com a variante P1 e outras do coronavírus. No fim de maio, um caso suspeito da variante Delta chegou a ser descartado no Ceará.

O passageiro, que veio da Índia, desembarcou em Fortaleza no dia 9 de maio. "O itinerário do paciente foi Índia-Catar-São Paulo-Fortaleza. É um paciente assintomático. Fez os protocolos da empresa: dois testes RT-PCR que deram negativo antes de viajar. Quando ele chegou, fez novos exames e foi verificada a positividade da Covid-19", explica Magda Almeida, secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

Uma semana depois, no dia 18, um novo teste já não detectou a presença do vírus no organismo do viajante. O caso suspeito foi notificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 17 e informado à população no dia 21. Ele seguiu em isolamento preventivo em um hotel e depois teve o caso descartado pela Sesa. 

"Sem investimento em ciência e tecnologia, fica difícil identificar os casos com rapidez", ressalta Edson. Porém, os cuidados continuam os mesmos, independentemente da variante chegar ao Ceará em breve ou não. "Em resumo: manter os cuidados de sempre e vacina para todo mundo o mais rápido possível", cita.

As medidas de prevenção e rastreamento de variantes permanecem as mesmas. Caso haja mudanças, a Sesa informará a população, e uma nota técnica será divulgada.


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