Covid-19: por que a imunização coletiva é necessária para reduzir a transmissão do vírus?

Mesmo com a vacinação avançando no País, uma quantidade considerável de brasileiros não será vacinada por uma série de fatores. A imunização coletiva se faz necessária para que se tenha maior controle e redução de transmissão da doença

Até o dia 22 de junho, o Brasil conseguiu alcançar a marca de 90,1 milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19, sendo 24,7 milhões com as duas doses, o equivalente a 11,7% da população do País. Os dados são do Our World in Data. Mesmo que os números pareçam subir a cada dia, conforme relatos nas redes sociais, ainda existe uma quantidade considerável de brasileiros que se recusa a receber o imunizante contra a doença, tornando o processo de imunização coletiva mais lento.

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A Covid-19, assim como a gripe, o sarampo e a poliomielite, são doenças que só são controladas mediante alta cobertura vacinal. No caso da pandemia pelo novo coronavírus, a principal forma de controle se faz por meio da vacinação sendo aplicada a nível coletivo.

Christianne Takeda, infectologista e diretora clínica do Hospital São José em Fortaleza, explica que a vacinação é uma forma de se conseguir o efetivo bloqueio da transmissão da Covid-19. “A vacinação visa à proteção coletiva, porque quanto mais pessoas forem vacinadas, menos pessoas estarão vulneráveis e em risco de pegar a doença; com isso, a taxa de transmissão cai. Dessa forma, consegue-se um bloqueio de sua transmissão”, explica a infectologista.

Mesmo que pareça óbvio que a vacina tem ajudado a salvar vidas, enquanto o País já ultrapassou a marca de 500 mil mortes pela doença, os motivos para a recusa variam: medo, falta de informação ou fake news propagadas a respeito dos imunizantes.

Ainda, há muitos brasileiros, principalmente em situação de vulnerabilidade social, que não chegaram sequer a realizar o cadastro para serem vacinados, seja por falta de acesso à internet ou por falta de conhecimento de como fazer o procedimento.

“Com a vacina sendo aplicada a nível coletivo, é possível se ter pessoas mais saudáveis em determinado grupo. Isso não se aplica somente à vacina da Covid-19, mas da gripe e do sarampo, por exemplo. Quanto mais pessoas forem vacinadas, menos pessoas pegarão a doença e menos pessoas a transmitirão”, completa Christianne.

A vacina é obrigatória?

Embora essencial, o presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE, Ricardo Madeiro, diz que a vacina contra a Covid-19 não é obrigatória. Isso significa que a pessoa que se recusar a ser vacinada não sofrerá nenhum tipo de penalidade. É direito de toda a população receber a promoção de imunização por parte do governo do País, mas a escolha de ser vacinado ou não acaba por ser feita de forma individual, segundo ele. 

Em dezembro de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que os governos locais possam estabelecer medidas para vacinação compulsória da população contra a doença. Sendo assim, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios podem estabelecer medidas legais pela obrigatoriedade, mas não podem determinar a vacinação forçada.

Isso significa que nenhuma lei deve fazer com que o cidadão seja levado à força para tomar a vacina, mas a eventual norma pode prever a restrição de direitos pela falta de comprovação da vacinação, como deixar de receber um benefício, ser proibido de entrar em algum lugar ou ser impedido de realizar matricula escolar na rede pública de ensino.

Isso porque a vacinação coletiva é extremamente importante para que se consiga reduzir a taxa de transmissão do vírus a nível global. "A vacina é uma oportunidade única de controle que se espera conseguir nos próximos meses [...] Ela é importante, globalmente falando, porque é uma proteção para o indivíduo e para as demais pessoas, pois garante que se tenha um menor risco de se contaminar, reduzindo a taxa de transmissão e de mortes", acrescenta a infectologista Christianne Takeda.

Ainda, mesmo que a cobertura vacinal seja a principal forma de conter o avanço do vírus, outras medidas de proteção ainda não podem ser descartadas. "A vacina é importante, no entanto, somente ela, neste momento, não é o suficiente. Então, mesmo vacinadas, as pessoas ainda vão ter que seguir as regras de higiene das mãos, fazer o uso de máscara cobrindo boca e nariz, não levar as mãos aos olhos e tentar sempre manter um distanciamento entre uma pessoa e outra", finaliza Christianne.

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