Por que o Ceará aplicou quase um milhão de doses de vacina a menos do que recebeu

Parte das doses recebidas pelo Ministério da Saúde é armazenada para aplicação da segunda dose, conforme orientação do próprio Governo Federal. Objetivo é evitar falta de vacinas, como já ocorreu em maio

Após repercussões sobre um possível armazenamento de doses não aplicadas, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) explicou a diferença entre os números de imunizantes recebidos e aplicados: a pasta guarda parte das doses recebidas pelo Ministério da Saúde (MS) para aplicação futura da D2, conforme orientação da própria pasta federal. Informação foi confirmada ao O POVO na manhã desta quarta, 2.

No vacinômetro cearense, há um registro de 3.734.370 doses recebidas e outras 2.756.358 doses aplicadas de imunizantes contra a Covid-19. A diferença — um total de 978.012 — estão armazenadas como D2 na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim). Os dados foram atualizados pela última vez no dia 31 de maio. A pasta também disponibiliza planilha com um resumo da distribuição de vacinas entre grupos prioritários e entre os municípios.

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Cabe à esfera federal a aquisição de vacinas e utensílios de aplicação, como seringas e agulhas, e a definição do grupo prioritário; já a esfera estadual detém a distribuição de vacinas para os municípios e o apoio para o alcance do grupo alvo; e a esfera municipal é responsável pela aplicação da vacina.

Ou seja, quando há falta de aplicações para segunda dose em um município, o número faltoso é indicado à Sesa, que realiza a distribuição em "momento oportuno", conforme citado em nota. Segundo a pasta, não há falta de vacinas para os grupos prioritários no Estado.

A medida é realizada para evitar problemas futuros com aplicações atrasadas. A exemplo, o Ceará apresentou falta da vacina CoronaVac em diversos municípios, dentre eles Fortaleza, no início de maio. Não há estudos que calculem o grau de proteção da dose única ou estimem a eficácia da vacina quando a segunda injeção for aplicada após o limite de 28 dias.

A causa da demora na aplicação de D2 foi devido ao atraso de insumos vindos da China — matéria-prima necessária para a produção do imunizante pelo Butantan, responsável pela produção da CoronaVac. Durante o período, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas atribuiu o problema à "falta de alinhamento" do Governo Federal. O país asiático é alvo de críticas de integrantes do governo Bolsonaro.

Novo lote chega hoje

Hoje chegou novo lote de imunizantes ao Estado: um total de 267.820 doses entre Astrazeneca e Pfizer serão destinadas à população. Até então, o último lote recebido pelo estado foi no dia 26 de maio, com 231.500 doses da AstraZeneca. No total, o Ceará já recebeu mais de 28 lotes de imunizantes contra a Covid-19. Com o recebimento, os municípios cearenses puderam avançar para a quarta fase da campanha de vacinação contra a doença.

Nesta manhã, a Sesa informou que, por determinação da Fraport, as equipes do Governo "não estão mais autorizadas a registrar a chegada de vacinas contra a Covid-19". Os registros fotográficos passam a ser feitos na chegada das vacinas ao Ceadim. Em reposta ao O POVO, a empresa responsável pela administração do aeroporto da Capital afirma que "a Fraport Brasil tomou esta ação para o cumprimento das regras de segurança do setor".

Fortaleza pode começar vacinação de população geral na próxima semana

Em reunião realizada na terça, 1º, ficou acordado que a população entre 18 a 59 anos será vacinada neste mês. Mas, para começarem a nova etapa da campanha, os municípios devem ter atingido 90% das metas estabelecidas para as quatro fases prioritárias.

A previsão é que a vacinação das pessoas pertencentes aos grupos prioritários da fase 4 seja finalizada na sexta-feira, 11. Fazem parte dessa fase trabalhadores da Educação, forças de Segurança e Salvamento, Forças Armadas, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade, trabalhadores portuários e do transporte aéreo.

Diversos pontos da Capital estão vacinando pessoas devidamente agendadas ou idosos com mais de 60 anos que ainda não foram agendados ou perderam a aplicação de D1 ou D2. Confira aqui os agendados para 2 de junho (02/06). A imunização de grupos da primeira, segunda e terceira fase segue simultaneamente.

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