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"Se a epidemia está acelerando, é preciso encontrar uma forma de frear", alerta médico infectologista

Em entrevista à rádio O POVO/CBN, Colares enfatizou ainda que o comportamento da população pode ser decisivo no sentido de barrar um novo aumento de casos

O médico infectologista Keny Colares, do Hospital São José (HSJ), em Fortaleza, alertou nesta sexta-feira, 11, sobre a necessidade de definir medidas mais rígidas para impedir uma possível segunda onda de casos de Covid-19 no Ceará. Em entrevista à Rádio O POVO/CBN, Colares enfatizou ainda que o comportamento da população pode ser decisivo no sentido de barrar um novo aumento de casos.

“Com certeza temos que passar por uma maior rigidez na nossa proteção agora. Se a epidemia está acelerando, é preciso encontrar uma forma de frear. Estão tentando definir uma forma de fazer isso sem causar tanto dano, mas a cooperação das pessoas é fundamental, porque se crescer demais vai ter que parar tudo, mas alguma coisa certamente teremos que parar”, avaliou o também professor e pesquisador da Universidade de Fortaleza (Unifor).

O infectologista lembrou sobre os cuidados a serem tomados especialmente nas festividades de fim do ano, como Natal e Réveillon. Para Colares, atitudes como usar máscara, higienizar as mãos e manter o distanciamento social podem fazer toda a diferença para evitar um novo aumento de casos no Estado.

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“A gente observa que já tem países na Europa com mais óbitos na segunda onda do que na primeira. Estamos vendo sinais de que podemos estar entrando numa segunda onda aqui [no Ceará]. Se a gente vai ter ou não, depende do nosso comportamento”, analisou.

Nessa quinta-feira, 10, o titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, doutor Cabeto, confirmou acréscimo no número de casos de Covid-19 "sem tanta repercussão no número de óbitos". Em Fortaleza, no entanto, já foi notado um "discreto" incremento no número de óbitos, conforme Cabeto.

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Casos de reincidência da Covid-19

 

Ainda na entrevista, Keny Colares comentou sobre casos de pessoas que testaram positivo para Covid-19 duas vezes. Ontem, 10, a Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Tauá, no Ceará, registrou o primeiro caso de reinfecção e morte por Covid-19.

Keny Colares orientou que as pessoas que tiverem sintomas gripais semelhantes aos da doença pandêmica, mesmo que já tenham sido infectados uma vez, devem fazer o exame novamente.

Ele ainda assinalou que mesmo ainda sendo poucos os casos de reinfecção no mundo em comparação com o total de casos confirmados, não está totalmente claro acerca da possibilidade dessas ocorrências a longo prazo. Não se sabe sobre a duração da imunidade de quem já foi infectado uma vez por coronavírus.

“Se a gente olhar as doenças infecciosas como um todo, teremos várias que a pessoa pode ter mais de uma vez. Temos milhões de casos de Covid e de reinfecção ainda são poucos. Só que como a imunidade pode ir se perdendo ao longo do tempo, pode ser que esse número aumente ou não. Só o tempo vai dizer”, concluiu.

O Ceará investiga 183 casos de pessoas que testaram positivo para Covid-19 duas vezes. Destas, são 95 mulheres (52%) e 88 homens (48%), com idade média de 49 anos. Também na quinta-feira, 10, o Ministério da Saúde confirmou primeiro caso de reinfecção por coronavírus

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