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"Estamos nos preparando para caso haja um aumento maior", diz Cabeto sobre atualização do Plano de Contingência Estadual

A ideia é garantir segurança na resposta a uma possível segunda onda de casos da doença. O Ceará se encontrava até quarta-feira, 9, na Fase 2, classificada de "Perigo Iminente"

De acordo com o titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, doutor Cabeto, a atualização do Plano de Contingência Estadual de Enfrentamento à Covid-19, divulgado ontem, 9, ocorreu devido ao “momento epidemiológico” vivido hoje no Estado. A ideia é garantir segurança na resposta a uma possível segunda onda de casos da doença.

“Tivemos acréscimo no número de casos sem tanta repercussão no número de óbitos, e assim a gente espera que continue. Estamos nos preparando para caso haja um aumento maior, o Estado esteja preparado”, explicou em vídeo divulgado pela Sesa nesta quinta-feira, 10.

O secretário reforçou que o Ceará ampliou o número de casos, mas não de óbitos — situação que não é a mesma de Fortaleza. “Embora num número pequeno, tivemos um discreto aumento de óbitos [na Capital]”, enfatizou Cabeto.

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O Ceará se encontrava até quarta-feira, 9, na Fase 2 do Plano de Contingência Estadual de Enfrentamento à Covid-19, classificada de “Perigo Iminente”, conforme o documento. Nesta etapa, o foco é em medidas como: diagnóstico precoce, controle da fonte de infecção, bloqueio da transmissão e barragem disseminação do coronavírus.

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O Plano de Contingência Estadual apresenta cinco fases: "Alerta", "Perigo Iminente", "Emergência em Saúde Pública", "Recuperação" e "Desativação no Plano". Há ainda outras cinco para o caso da necessidade de reativação do do Plano.

Por meio de nota, a Sesa acrescenta que os níveis de alerta também são flexíveis e mutáveis de acordo com o cenário epidemiológico vigente, por isso a situação em que o Estado se encontra precisa estar sendo atualizada constantemente.

“Nessa versão, precisamos inserir a proposta de imunização e a proposta de reativação caso seja necessário. Se controlarmos a velocidade de disseminação do vírus, não haverá a necessidade de reativação massiva dos leitos hospitalares”, detalha a pasta.

Ocupação dos leitos no Ceará

Sobre o cenário atual da pandemia, de acordo com a Sesa, a ocupação da rede privada “já se encontra estável com tendência de queda" após aumento. "Os hospitais de campanha não foram desativados e nesse momento voltaram a receber pacientes com Covid-19”, completa.

Além disso, os hospitais da rede estadual foram orientados a reservar enfermarias e alas específicas para Covid-19, considerando "que mesmo na fase residual", haverá necessidade de leitos Covid de diferentes perfis.

Ainda conforme a Sesa, no momento o total de leitos do Estado é “quase o mesmo número” existente no início da epidemia, mas com uma média de ocupação menor. “O ideal é manter essa situação para que as outras doenças continuem sendo atendidas”, esclarece a pasta.

Segundo consta no Plano de Contingência Estadual, em setembro de 2020, o Estado conta com 1.564 leitos de enfermarias e 365 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), distribuídos em 96 unidades hospitalares.

Monitoramento de contatos e testagem

Entre os procedimentos traçados no início da pandemia e agora no preparo da área clínica, vigilância epidemiológica e laboratorial nas unidades do Estado, a pasta menciona a atualização da definição de casos, que hoje em dia não é somente laboratorial, e a atualização das condutas terapêuticas realmente eficazes.

No que diz respeito à vigilância epidemiológica, a Sesa especifica a atualização da definição de contato próximo, orientação sobre o monitoramento de contatos e suspeitos, quando devem ser executados os testes diagnósticos.

Há ainda a reorganização feita na rede laboratorial do Ceará, segundo perfil da amostra coletada, segmentada da seguinte forma: Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen-Ce) para pacientes, Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) para situações de pré-operatório e transplantes, e Unidade da Fiocruz no Ceará para testagem em massa e rastreamento e testes de assintomáticos e seus contatos. O reforço do teste de RT-PCR como o principal exame diagnóstico para Covd-19 também é mencionado.

+ Veja o Plano de Contingência Estadual de Enfrentamento à Covid-19 na íntegra

Confira as fases do Plano

Fase 1: Alerta
A primeira fase busca o controle da importação de casos e diagnóstico precoce. As medidas envolvidas incluem a ativação do Centro de Operações de Emergências (COE), o envolvimento multissetorial em medidas de prevenção e controle.

A etapa de “Alerta” prevê ainda o diagnóstico da capacidade instalada e estoque de insumo, além do início de qualificação de profissionais da Atenção Pré-Hospitalar (APH) e hospitalar.


Fase 2: Perigo Iminente

A segunda fase do Plano de Contingência continua com ênfase no diagnóstico precoce e adiciona também foco em controle da infecção, bloqueio da transmissão e impedimento da disseminação do Sars-Cov-2.

Algumas das ações elencadas são isolamento de casos confirmados e casos suspeitos e identificação de contatos, ampliação da comunicação sobre educação em saúde e rastreamento dos contatos íntimos de casos confirmados, testando essas pessoas e orientando sobre quarentena.


Fase 3: Emergência em Saúde Pública

Objetivando reduzir a intensidade da pandemia e retardar o aumento de casos, essa terceira fase determina medidas mais rígidas. Criação de hospitais de campanha e de Postos de Atendimento Médico, suspensão de cirurgias eletivas e de “atividades coletivas” estão entre as definições citadas no Plano.

Além disso, redução na “movimentação das pessoas”, fechamentos das fronteiras e até instalação de barreiras sanitárias são procedimentos indicados.

Fase 4: Recuperação

Esta fase começa quando o número de novos casos suspeitos de Covid-19 decresce e “se verifica a diminuição gradual de sobrecarga às ações e serviços de saúde afetados.”

Ela se caracteriza, principalmente, pela intensificação do rastreamento e monitoramento de contatos, ampliação dos Centro de Testagens visando a testagem em massa, além de ações de pesquisa e fortalecimento da vigilância epidemiológica.

Outras medidas são a organização dos protocolos de retorno das atividades, o fortalecimento dos serviços de saúde e o monitoramento dos indicadores de ocupação de UTIs e Enfermarias, também ações do COE que embasam a retomada das atividades econômicas e comportamentais.


Fase 5: Desativação no Plano

Por fim, o plano será desativado quando a emergência for declarada encerrada. Há previsão aqui de elaboração de protocolos de retorno das atividades, do fortalecimento dos serviços de saúde e do monitoramento das taxas de ocupação das UTIs e enfermarias.

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