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Produção de cloroquina em laboratório do Exército, apoiada por Bolsonaro, pode ter sido superfaturada

O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército Brasileiro já gastou R$ 1,5 milhão para aumentar sua capacidade de produção de cloroquina

A produção de cloroquina em laboratório do Exército pode ter sido superfaturada. O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército Brasileiro já gastou R$ 1,5 milhão para aumentar sua capacidade de produção de cloroquina. O aumento na produção ocorreu após argumentação feita por Bolsonaro com justificativa de ampla distribuição do medicamento para tratar os pacientes com coronavírus. Decisão é contrária às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que suspendeu a indicação da cloroquina para tratamento da Covid-19

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Segundo dados apurados pela ONG jornalística, Repórter Brasil, os gastos do Laboratório do Exército com a produção de cloroquina ou hidroxicloroquina chegam a um total de R$ 1.587.549, 81. Os gastos seriam referentes a compra de mais de uma tonelada de cloroquina em pó e demais insumos para produção do medicamento. O investimento foi pago pelos cofres do Tesouro Nacional por meio de destinação de verbas ao Ministério da Defesa, em decisão que teria sido acordada entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido) e a cúpula militar do atual governo.

Todas os procedimentos de destinação e aplicação das verbas foi feito sem licitação, com a justificativa de uma situação emergencial gerada pela pandemia de coronavírus. Contudo, a falta de comprovação científica da eficácia do medicamento, bem como a ausência de autorização do Ministério da Saúde (MS) para tal produção foram motivos para que o Tribunal de Contas da União (TCU) instaura-se investigação sobre o caso. Na época do corrido o MS era comandado por Henrique Mandetta, exonerado por Bolsonaro após divergencias politicas. De acordo com o portal Folha, o processo deve ser protocolado ainda esta semana.

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Na investigação, Bolsonaro será investigado pela má aplicação de recursos públicos, além disso, o TCU trabalha com a hipótese de que houve superfaturamento na compra de insumos para produção do remédio. De acordo com levantamento pela Folha, cada quilograma (Kg) de cloroquina em pó foi comprada pelo exército a um preço seis vezes maior do que o valor original vendido pelo mesmo fabricante, um ano antes. Em compras feitas em março de 2020, o Exército comprou uma tonelada de cloroquina a um valor de R$ 1.304 o kg. Um ano antes, o mesmo fabricante estava vendendo o quilo no valor de R$ 220.

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Descobrir de quem e como foi a articulação para autorizar o exército a produzir o medicamento em larga escala também é um dos alvos do processo. O Ministério Público também atuará no caso, cuja investigação deve tratar ainda da possível responsabilidade direta do presidente da República, Jair Bolsonaro no uso indevido de recursos públicos e/ou no superfaturamento das compras.


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