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Transmissão comunitária da Covid-19 no Brasil começou no início de fevereiro, aponta estudo

Estudo aponta que novo coronavírus circulou por até quatro semanas sem ser detectado na Europa e Américas
13:19 | Mai. 21, 2020
Autor Catalina Leite
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Catalina Leite Repórter do OP+
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Tipo Notícia

O Sars-Cov-2 começou a se espalhar no Brasil por volta da primeira semana de fevereiro, 20 dias antes do primeiro caso diagnosticado no País, no dia 26 de fevereiro. É o que indica um trabalho do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que analisou o registro de mortos por Covid-19 para inferir o início da circulação do coronavírus.

Com a carência de testes de diagnóstico e o grande percentual de infecções assintomáticas, o crescimento exponencial do número de mortes nas primeiras semanas de surto eram os dados mais confiáveis sobre o progresso da doença. A partir disso, outra conclusão é de que o período de transmissão comunitária iniciou quase 40 dias antes das primeiras confirmações oficiais do tipo, em 13 de março.

Na Europa, por exemplo, a circulação da doença começou aproximadamente em meados de janeiro na Itália e entre final de janeiro e início de fevereiro, na Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Espanha e Reino Unido. O começo de fevereiro também foi o período de início da disseminação na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, de acordo com o estudo. Já na China, o governo conseguiu encontrar o que indica ser um dos primeiro casos de Covid-19 ainda em novembro de 2019.

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A circulação desapercebida da Covid-19 semanas antes da implementação de medidas de controle é alertada pelos pesquisadores. “Esse período bastante longo de transmissão comunitária oculta chama a atenção para o grande desafio de rastrear a disseminação do novo coronavírus e indica que as medidas de controle devem ser adotadas, pelo menos, assim que os primeiros casos importados forem detectados em uma nova região geográfica”, afirma coordenador da pesquisa, Gonzalo Bello.

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Para os pesquisadores, os resultados reforçam a importância de implementar ações permanentes de vigilância molecular, uma vez que o novo coronavírus pode voltar a circular e causar surtos ao longo dos próximos anos. “Este tipo de análise é um aporte valioso da ciência para a Saúde Pública, na medida em que ajuda a elucidar uma lacuna de tempo imediatamente anterior à detecção inicial de casos”, completa o coordenador do estudo.

A pesquisa foi realizada pelo Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC/Fiocruz em parceria com Fiocruz-Bahia, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Universidade da República (Udelar), no Uruguai. Os resultados foram publicados na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

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