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Novo surto na China dá sinais de que coronavírus pode estar em mutação

Pacientes infectados não apresentam sintomas por um período mais longo
09:50 | Mai. 20, 2020
Autor Redação O POVO
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Conforme observações de médicos chineses, o novo coronavírus tem se manifestado de forma diferente entre pacientes de um novo foco na região nordeste do país, em comparação ao surto original em Wuhan.
Os dados sugerem que o vírus pode estar em mutação de maneiras desconhecidas, o que complica esforços para eliminá-lo.


As informações são do portal UOL.

Qiu Haibo, um dos principais médicos da China, especializado em cuidados intensivos, disse em entrevista ao canal de TV estatal que pacientes nas províncias de Jilin e Heilongjiang, no norte do país, parecem portar o vírus por um período mais longo. Seus testes também demoram mais para dar negativo.

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Os pacientes da região nordeste também parecem levar mais do que uma a duas semanas para apresentar sintomas após a infecção. É o prazo observado em Wuhan. Esse atraso dificulta a identificação de casos pelas autoridades antes que contagiem mais pessoas, segundo Qiu. Ele agora está na região norte tratando pacientes.


"Como os pacientes infectados não apresentaram sintomas por um período mais longo, isso criou focos de infecções familiares", explicou Qiu. O médico trabalhou em Wuhan para ajudar no combate do surto original. Nas últimas duas semanas, cerca de 46 casos foram registrados. Eles estão espalhados por três cidades: Shulan, Jilin e Shengyang e em duas províncias. O novo surto levou a novas medidas de confinamento em uma região de 100 milhões de pessoas.


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Ainda não se sabe ao certo se o vírus passa por uma mutação significativa. As diferenças identificadas pelos médicos chineses podem estar relacionadas ao fato de serem capazes de observar pacientes mais detalhadamente e em estágio anterior do que nos casos em Wuhan. Quando o surto surgiu na cidade da região central da China, o sistema de saúde ficou tão sobrecarregado que apenas os casos mais graves eram tratados. O foco da região nordeste também é muito menor do que o surto de Hubei, que infectou mais de 68 mil pessoas.


Mesmo assim, os resultados sugerem que a incerteza sobre como o vírus se manifesta pode dificultar esforços dos governos para conter a propagação da doença e reabrir as fragilizadas economias. A China possui um dos mais abrangentes sistemas de detecção e teste de vírus do mundo e ainda encontra dificuldades para conter o novo surto.


O trabalho de pesquisadores de vários países também tenta identificar se o vírus está em mutação, se tornando mais contagioso para a população. Mas pesquisas preliminares sugerindo essa possibilidade foram criticadas por serem "exageradas".


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"Em teoria, algumas mutações na estrutura genética podem levar a mudanças na estrutura do vírus ou em como o vírus se comporta", disse Keiji Fukuda, diretor e professor clínico da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong. "No entanto, muitas mutações não levam a mudanças discerníveis."


"É provável que as observações na China não tenham uma correlação simples com uma mutação e "evidências muito claras" são necessárias antes de concluir que o vírus está mutando", disse Keiji Fukuda.

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