Participamos do

Setores de empresários que pressionaram STF são contemplados como essenciais por Bolsonaro

Das 15 áreas representadas pelos empresários e ministros que querem fim de medidas restritivas, sete já foram incluídas pelo presidente como atividades essenciais
09:54 | Mai. 14, 2020
Autor Redação O POVO
Foto do autor
Redação O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Há uma semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e mais 15 empresários e ministros atravessaram a Praça dos Três Poderes em Brasília a pé para se dirigir ao Supremo Tribunal Federal (STF). A “marcha” objetivava pressionar o órgão a amenizar as medidas restritivas, imprescindíveis para retardar o avanço da Covid-19 e evitar ao máximo que o colapso do sistema de saúde.

Bolsonaro permaneceu no STF por cerca de 50 minutos, sem horário marcado na agenda oficial. No encontro, disse que assinou um decreto para ampliar a quantidade de atividades essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus. Desde então, sete setores econômicos representados pelos empresários que acompanharam o presidente foram listados como serviços essenciais.

Alguns eram representantes da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBic). No dia 7 de maio, o Governo Federal publicou decreto que inclui no rol de atividades essenciais o setor de construção civil e atividades industriais.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Leia também| Juiz determina que Bolsonaro exclua igrejas da lista de serviços essenciais

Em plena pandemia, Bolsonaro demite secretário do Ministério da Saúde; Centrão quer o cargo

Bolsonaro compartilha publicação de deputado cearense e postagem é flagrada como conteúdo falso

Depois, nessa segunda-feira, 11, o presidente decidiu incluir salões de beleza e academias como serviços essenciais, beneficiando o empresário apoiador Edgard Gomes Corona, das redes de academia Bio Ritmo e Smart Fit. Um dia depois, Jair Bolsonaro publicou nas redes sociais uma mensagem crítica aos governadores: "O afrontar o estado democrático de direito é o pior caminho, aflora o indesejável autoritarismo no Brasil", escreveu.  

Por decisão do STF, o Decreto nº 10.344/2020 não se sobrepõe aos decretos estaduais e municipais, que têm autonomia para decidir quais medidas adotar no enfrentamento da pandemia. No Ceará, os serviços essenciais continuam os mesmos. Veja a lista completa de serviços essenciais aqui

Leia também| Pelo menos seis governadores anunciam que não vão permitir reabertura de salões e academias

Empregadas domésticas não configuram serviço essencial e devem ser liberadas com remuneração

O presidente Bolsonaro também beneficiou o secretário de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, ao permitir que locadoras de veículos abram durante a pandemia. Salim é dono da Localiza, rede brasileira de aluguel de automóveis. Ainda, ao liberar o comércio de bens e serviços, favoreceu o empresário bolsonarista Luciano Hang, da rede Havan.

No Brasil, 13.149 pessoas já morreram de Covid-19 e 188.974 estão confirmadas para a doença - letalidade de 6,3%. Os dados são do Ministério da Saúde (MS), atualizados às 21h49min dessa quarta-feira, 13. No dia em que o País bateu recorde de mortes em 24h, atingindo mais de 5 mil mortos, o presidente se pronunciou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”.

Quando o País chegava aos 10 mil mortos pelo novo coronavírus, o presidente da República passeava de jet ski no Lago Paranoá, próximo ao Palácio da Alvorada, descumprindo todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar