Muito além do morar: cultura, inovação e sustentabilidade na CasaCor Ceará
27ª edição da CasaCor Ceará representa cultura, inovação e sustentabilidade, ultrapassando traços dos projetos e envolvendo emoção e pertencimento
"Mestre Espedito Seleiro é um ícone da nossa cultura. Suas criações sintetizam a alma do Ceará: o saber ancestral, a criatividade diante dos desafios, a força da identidade que se reinventa sem perder suas raízes. Homenageá-lo é valorizar o artesanal, a manualidade, o colorido e o afeto presentes no nosso modo de construir e habitar."
É assim que a diretora Neuma Figueiredo descreve o que o homenageado da edição 2025 da CasaCor Ceará representa.
Cores, texturas, materiais naturais e muito personalidade fazem parte da identidade do trabalho de Espedito. Mas a mostra vai muito além. A dica é manter o olhar atento à pluralidade das propostas: arquitetura inovadora, o design funcional, as escolhas sustentáveis.
"Recomendo dedicar um tempo especial às operações gastronômicas e ao parque sensorial criado pelo artista Narcélio Grud, além de observar como cada ambiente traduz o tema 'Semear Sonhos' em experiências, detalhes e sensações", completa.
O tributo ao Mestre é perceptível na essência e no uso concreto de itens pelos 40 profissionais dos 34 ambientes da mostra.
E, assim como explica Neuma, o Mestre é ainda fonte de inspiração, relembrando a todos, inclusive aos visitantes, a beleza de transformar o simples em extraordinário, de compor ambientes que contam histórias e que celebram nossa origem.
O diálogo entre o passado e o presente também está relacionado ao endereço escolhido este ano. Em 2023, a casa da Rua Tibúrcio Cavalcante, 607, foi palco de novas leituras e usos.
E o imóvel, que oferece flexibilidade para diversas experiências, permite o que a diretora afirma ser a proposta do evento: ressignificar e reinventar.
"É uma forma de mostrar que espaços podem ser transformados continuamente, estimulando novas possibilidades para o bairro e a Cidade."
Dois anos depois, uma decisão racional impôs um novo desafio que resultou em uma nova leitura arquitetônica e paisagística, inspirada no tema "Semear Sonhos".
O elenco diverso apresenta soluções inéditas e um olhar ainda mais forte para a sustentabilidade, bioarquitetura e para o impacto social.
Já as operações gastronômicas convidam e proporcionam experiências imersivas, pensadas no bem-estar. "Tudo está mais integrado e sensorial", elabora.
A sustentabilidade, inclusive, é hoje indispensável para a CasaCor Ceará, assim como a inovação e o afeto. Respeito ao contexto, da escolha dos materiais até as soluções que promovem aconchego, acessibilidade e integração com o entorno também são pré-requisitos.
O objetivo final precisa ser envolvente, emocionar e tocar as pessoas por meio de personalidade, acolhimento e valorização do fazer local. Em paralelo, as tradições precisam ganhar novos olhares.
Em quase 30 anos de história, o morar cearense se tornou "mais plural, ousado e afetivo", conforme analisa Neuma.
Os ambientes estão mais integrados e o conforto tornou-se pré-requisito. O natural e a natureza também tornaram-se protagonistas, a exemplo da valorização da luz natural e da ventilação, o respeito ao clima e a preferência pela exaltação à identidade local.
"Houve um resgate do artesanato, da arte, dos materiais regionais, além de uma abertura para a inovação tecnológica e soluções inteligentes – mas sempre com o desejo de acolhimento e pertencimento", reforça a diretora.
E o Mestre Espedito Seleiro, destaque da mostra, preenche esses requisitos.
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