Por que Kátia Freitas? A voz cearense que orgulha a música local

Por que Kátia Freitas? A voz cearense que orgulha a música local

Shows e exposição sobre a cantora e compositora cearense Kátia Freitas resgata um pedaço da história da música cearense autoral e promove uma saborosa viagem pelo tempo

Por que escrever sobre Kátia Freitas? Porque ela vem celebrando seus 30 anos de carreira. Foi em 1995 que chegou às lojas o disco "K", uma mistura poderosa e original de rock, pop, MPB, Nordeste, Brasil, mundo. A efeméride veio com exposição de fotos e memórias - de curtíssima temporada - no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) e três shows temáticos que reuniram um bom número de fãs saudosos.

E por que relembrar Kátia Freitas? Porque sua música foi curta, apenas dois discos. Após "K", veio "Próximo" (2002) com muita expectativa após o estouro do primeiro. Numa época em que TV e rádios eram mais abertas à música cearense, "Coca-Colas e iguarias" virou um hit, até hoje celebrado pelos fãs. A música de Valdo Aderaldo ainda ganhou clipe dirigido por Joe Pimentel, o mesmo que agora grava os shows de 30 anos de "K" para futuros projetos audiovisuais.

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Mas por que relembrar Kátia Freitas mesmo? Porque ela faz parte de uma geração que conseguiu registrar sua obra e apresentá-la em espaços como CCBNB (quando ao lado da Praça Murilo Borges), Feira da Música, Dragão do Mar, Cais Bar e tantos outros que se abriam para a música cearense.

Relembrar sua trajetória é, portanto, relembrar uma época em que o Ceará se comemorava mais, se ouvia e assistia em programas como o de Maísa Vasconcelos, que, a propósito, dirigiu um dos primeiros shows de Kátia e estava na plateia de sábado, 29 de novembro, no CCBNB.

Mas por que celebrar Kátia Freitas? Em primeiro plano, porque é uma cantora incrível, impactante, com domínio de palco, voz e mensagem. Seus movimentos felinos seduzem, alegram e contagiam, tudo sem se perder na canção.

No show do sábado, ela fez um passeio por canções do disco de estreia e algumas surpresas, tudo com o público na mão. Em segundo plano, porque Kátia é um ser humano incrível, amoroso, delicado, que dedicou o show à mãe, Maria Teresa, recém-falecida. E, claro, relembrou Cristiano Pinho, parceiro de som e de vida, que a acompanha nesses 30 anos, mesmo tendo falecido em 2024.

Por que ouvir Kátia Freitas? Porque sua música atravessou esses 30 anos como uma cápsula do tempo. "Babe baby" segue sendo uma das mais lindas baladas produzidas nessa terra - e ainda é da lavra luminosa de um companheiro de geração, Davi Duarte. Porque "Trip" remete este escrevente a uma época saudosa de despedida de colégio e tentativa de entrar na universidade.

Por que "Próximo" é som pop refinado, criativo, inteligente e potente. Por que "Vias" é aquele lado B que ainda tem seu valor reconhecido. Pois ela teve a audácia de pegar músicas de Cazuza e Legião Urbana, remontar em outro andamento e soar autêntica. Por que ela canta em português, inglês e espanhol, sempre deixando claro que é uma cantora cearense.

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Por que falar de Kátia Freitas? Porque a Cidade estava com saudades dela. Depois de uma longa temporada dedicada à família, não teve uma apresentação temporã dela que não fosse rodeada de expectativas e garantindo bom público. Passados 30 anos, ela comemorou estar de volta ao palco do CCBNB e cantar para uma plateia entusiasmada e saudosa.

Algo mais sobre Kátia Freitas? Sim! Um apelo. Que ela não demore muito a fazer mais shows, gravar discos, dar entrevistas. É uma voz que nasceu e cresceu nesta terra e, por isso, nos faz ter orgulho dela. Kátia Freitas é o retrato de uma Fortaleza feliz, pulsando no ritmo da arte. Kátia Freitas é pura arte, do mais alto quilate. Obrigado por cantar, Kátia Freitas.

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