Anavitória falam sobre o show do disco ‘Esquinas’ em Fortaleza
No Festival Zepelim 2025, o duo Anavitória retorna a Fortaleza com show da sua 'Turnê das Esquinas’
“A gente está sempre, de alguma maneira, buscando um lugar para ir, numa atenção ao próximo passo. Acho que as esquinas, ou a esquina, está nesse olhar para frente - ou para trás também. A dúvida do que poderia ter sido; o todo que envolve uma escolha”, declama Vitória Falcão na música “Navio ancorado no ar”. No sábado, 15, as esquinas trazem o duo Anavitória a Fortaleza.
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O MPB pop da dupla retorna à capital cearense com mais uma mostra de sua maturidade musical. Tendo recém-lançado “Claraboia”, elas trazem a turnê do álbum “Esquinas”, lançado em dezembro de 2024. As cantoras sobem ao palco do Festival Zepelim 2025 como uma das atrações inéditas do evento.
A estreia do disco se deu com a faixa de abertura do trabalho, “Se eu não usasse sapato”, que discorre sobre as possibilidades oferecidas pela vida, o destino e o acaso. Dessa música, Ana Caetano e Vitória Falcão contam que definiram o nome do álbum e a narrativa presente em todo o projeto, que abraça a ideia dos múltiplos caminhos possíveis nas escolhas, nos encontros da vida e no amor.
Aos 30 anos de idade e dez de carreira, o duo chegou à sonoridade de “Esquinas” com a produção de Janluska e Pegê – e participação de Biel Duarte, Iuri Rio Branco e João Ferreira em algumas faixas. Para além da parceria, que Ana define como “fundamental para chegar na sonoridade do álbum”, o tempo foi aliado da dupla.
“Sinto que hoje estamos mais perto do que a gente deseja, porque temos mais ferramentas. Mais sabedoria mesmo, sobre a própria vontade e o ofício”, afirma Vitória Falcão, ressaltando o fato de terem aprendido a fazer música na prática. Para ela, o primeiro álbum, “Anavitória” (2016), é o registro “mais puro” do duo. De lá para cá, elas continuam falando sobre amor e soando com doçura e leveza, mas vão além da idealização romântica e dos acordes de violão.
Nas plateias dos shows, elas também observam o retrato do tempo nos rostos novos. “O nosso povo conhecido, o que ‘envelheceu’ com a gente segue ali, mas sentimos que esse disco trouxe uma leva mais nova para os shows”, comenta Vitória sobre a aproximação de novos públicos por meio do “Esquinas”.
Antes de chegar a Fortaleza, a “Turnê das Esquinas” vem rodando cidades do Canadá e já teve passagem pela Europa. A agenda do duo para 2026 já está preenchida desde o fim de fevereiro até maio, com shows marcados para a turnê de “Claraboia”, o “disco-irmão” do “Esquinas”.
Lançado em setembro deste ano, em meio a “Turnê das Esquinas”, Ana Caetano conta que a ideia do álbum nasceu junto com a concepção do “Esquinas”. Desde o princípio, os álbuns foram idealizados como um projeto duplo, que deveriam ter sido lançados com um intervalo ainda menor entre um e outro.
“A maior parte do repertório desse disco é um apanhado de tudo que eu tinha guardado nesses últimos anos. Pedaços de músicas, pensamentos soltos, harmonias sem letra, vontades sem muito contorno. Cheguei a duvidar muitas vezes se tínhamos material com substância suficiente para levantar um disco inteiro”, confessa Ana Caetano, principal letrista do duo. Com seis faixas a mais que “Esquinas”, o álbum é fruto de duas imersões criativas, com os amigos por trás do álbum-irmão primogênito, “no meio do mato”.
A capa, com as duas de costas para a câmera, na cozinha, de frente para o fogão, anuncia o conceito de simplicidade de “Claraboia”. Se o álbum de estreia é o retrato mais puro do duo, o lançamento mais recente de Anavitória une a maturidade do momento atual com a naturalidade do início. Resistindo aos clamores do público por músicas do “Claraboia” no setlist da “Turnê das Esquinas”, elas dizem estar vivendo intensamente a tour que vem para Fortaleza.
“Nosferatu” é a única música de “Claraboia” presente na turnê atual. “Essa é uma música que poderia estar no ‘Esquinas’, mas ela nasceu no ‘Claraboia’, no meio do processo, com o piano do Biel e tudo mais que se deu na sala daquela casa. Ela é muito divertida! Queríamos cantar pra ontem e fez sentido no repertório do show”, conta Ana.
Celebrando um ano de “Esquinas” em cima dos palcos, a cantora e compositora considera a inserção de “Nosferatu” no show como “uma celebração também desse ‘novo’ que faz parte do ‘velho’”. Para ela, os discos, mesmo com linguagens e sonoridades diferentes, possuem um elo.
Conforme Ana Caetano, as “Esquinas”, com um show “mais cheio”, acaba sendo viável em cidades pontuais, enquanto o “Claraboia”, disco mais íntimo, propõe uma turnê voz e violão, que pode ser levada a mais lugares. O duo observa que o tempo de maturação de um álbum torna mais rica a experiência do show. “Os shows têm sido muito fortes, vivos, cantando junto, a gente se diverte nessa experiência”, declara o duo.
Anavitória no Zepelim 2025
- Quando: sábado, 15, às 18 horas
- Onde: Marina Park Hotel (av. Pres. Castelo Branco, 400 - Moura Brasil)
- Quanto: R$ 425 (inteira), R$ 235 (meia solidária) e R$ 220 (meia) via ingresse.com
- Instagram: @festivalzepelim