Victoria’s Secret: os desfiles que refletem a história da marca
Victoria's Secret realizará mais um desfile com luzes, glitter e artistas populares. Mas o que de novo pode vir?
Luz, câmera e ação! O show pode começar? A marca de moda Victoria’s Secret, conhecida pelas suas peças de lingerie e produtos de beleza, realizou mais um de seus desfiles anuais na quarta-feira, 15, em Nova York. Karol G, Madison Beer, Missy Elliot, e o grupo de K-pop Twice foram as atrações musicais do evento.
As novatas Anok Yai, Alex Consani, Yumi Nu e Angel Reese desfilaram para o evento ao lado das veteranas Joan Smalls, Lily Aldridge e Adriana Lima. As informações foram divulgadas nas redes sociais da marca. As “Angels”, principais modelos da apresentação, escolhidas revelam a tentativa de trazer a diversidade de corpos que esteve ausente em seus desfiles anteriores.
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Victoria's Secret: como tudo começou?
A marca iniciou sua trajetória na indústria em 1977. A partir dos anos 1990, os desfiles começaram. Corpos magérrimos foram cobertos com peças íntimas quase transparentes e decorados com grandes asas de anjo. Os produtos eram destinados às mulheres. Porém, os shows eram alimentados por um olhar masculino.
Nos anos 2000, a Victoria’s Secret tornou-se um fenômeno global. A padronização de corpos brancos e extremamente magros não foi deixada de lado. A segmentação por temas culturais, como Páscoa, Halloween, Olimpíadas, surgiu. Além disso, artistas passaram a realizar performances durante o desfile, transformando o momento em um show.
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Identidade da marca: o início da reformulação
Os desfiles começaram a gerar debates em diversas redes sociais. A predominância de mulheres magras e brancas, a popularização de movimentos que questionavam esse padrão validado pela mídia e repercussão de casos de assédio e preconceito foram dilemas que a marca enfrentou. Com isso, a Victoria’s Secret encerrou seus desfiles em 2019.
Após três anos afastada, a marca anunciou seu retorno, através do Instagram, em 2022. A diversidade de corpos, ausente nos eventos anteriores, estava presente nas principais propagandas sobre o retorno. Apesar de não repercutir, a iniciativa mostrou-se necessária para a Victoria atingir uma nova geração.
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Diversidade de corpos: motivo e a necessidade de mudanças
Em 2024, o anúncio divulgado anteriormente foi colocado em prática. A Victoria’s Secret iniciou uma nova fase. O retorno às passarelas foi marcado pela participação de grandes nomes do mundo fashion. Tyra Banks, Kate Moss, Bella Hadid foram as surpresas da noite. As brasileiras Isabeli Fontana e Alessandra Ambrósio também desfilaram.
Sobre a diversidade de corpos, as modelos Valentina Sampaio e Alex Consani foram as primeiras mulheres trans a desfilar para a marca. Ashley Graham e Paloma Elsesser foram algumas das modelos plus sizes que estiveram presentes. Anok Yai, Imaan Hammam, Mayowa Nicholas foram alguns nomes que trouxeram as mulheres negras para o show.
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O viés mercadológico é o principal motivo para reformulação da identidade que a Victoria’s Secret transferiu anteriormente. Com a nova proposta estabelecida, a marca busca se distanciar da estética que remete a antigos bordéis glamourosos, a fim de explorar, em 2025, a moda com uma perspectiva contemporânea.
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Com isso, a tentativa de reconstrução de imagem diante das críticas se relaciona com as transformações sociais dos últimos anos. Ao apostar na diversidade de corpos e identidades de gênero, a marca buscou alinhar-se a um público mais consciente e exigente. Resta saber se essa nova fase será sustentada ou se ficará restrita às passarelas e campanhas publicitárias.