Rita Lee: João Lee presta homenagem à mãe: "Minha heroína"

A publicação traz um vídeo no qual Rita Lee o segura em seu colo e, na legenda, uma mensagem carinhosa de João

Ícone do rock no Brasil, a cantora e compositora paulista Rita Lee faleceu na noite da última segunda-feira, 8, aos 75 anos. Uma das maiores vozes da história da música nacional, a artista recebeu homenagem de um dos seus filhos, o produtor musical João Lee, em postagem no Instagram.

A publicação traz um vídeo no qual Rita Lee o segura em seu colo e, na legenda, uma mensagem carinhosa de João. “Minha mãe, que amo mais que tudo nessa vida, virou uma estrela no céu. Que vida intensa e espetacular você teve. Admirada e amada por tantas pessoas. Tão a frente do seu tempo”, introduziu. Ao longo do texto, ele declara seu amor pela mãe e destaca como a considera uma “heroína” em sua vida.

“Sempre conversamos sobre o quão terrivelmente importante é escolher bem seus heróis. São eles que moldam as nossas vidas, o nosso comportamento e quem somos. Precisamos pensar e escolher com muito cuidado. Se você quiser ter uma noção de quem uma pessoa é, ou vai ser, pergunte a ela quem são seus heróis. Grandes chances de que, em algum momento de sua vida, essa pessoa vai se parecer com seu/sua herói/heroína. É inevitável. E você é, e sempre foi, a minha heroína”, pontuou.

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Ele enfatiza que os motivos pelos quais a chama de heroína não são sua genialidade, talento, inteligência, beleza ou por ter sido “bem-sucedida”. “Você é minha heroína pela sua maneira de se comportar, dia após dia, mês após mês, ano após ano, com tanta dignidade e honestidade. A admiração que eu tenho por você é infinita. Sempre foi. Que honra e privilégio ser seu filho. Que honra e privilégio ter sido educado por você”, prosseguiu.

João Lee também fala sobre o pai, Roberto de Carvalho, como um “herói”. “Se eu for só um pouquinho do que vocês são, se eu fizer só um pouquinho do bem que vocês fazem, se eu trouxer só um pouquinho da alegria e diversão que vocês trazem para o mundo, eu já fico feliz e realizado. Você é foda. Você é, sim, a rainha dessa porra toda. O mundo perdeu uma das pessoas mais únicas e incríveis que já existiu”, disse.

Antes de encerrar seu texto, o produtor ressaltou: “Você é eterna. Seu legado, sua história e sua arte viverão para sempre. Essa é a minha missão para a vida toda. Enquanto eu estiver vivo e cheio de graça você vai continuar fazendo um monte de gente feliz”. João Lee relatou estar “devastado”, mas que publicará, aos poucos, histórias, fotos e vídeos com sua mãe. 

Morre Rita Lee: relembre a carreira

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee começou a trajetória artística ainda nos anos 1960. A primeira experiência da artista foi com o grupo musical feminino Teenage Singers, em 1963. O grupo, formado com amigas, se juntou ao trio masculino Wooden Faces. A junção dos grupos foi a gênese da banda Os Mutantes, formada por Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, que marcou o início do renome da artista. 

O grupo marcou a música brasileira com canções como "A Minha Menina" e "Ando Meio Desligado", essa última composta por Rita e os parceiros. Já nos anos 1970, ao lado da banda Tutti Frutti, a artista lançou algumas das principais canções da carreira, como "Agora só Falta Você""Fruto Proibido".

O período ficou marcado pelo início da relação amorosa entre Rita e Roberto de Carvalho, além de problemas enfrentados por ela em meio à ditadura militar. A artista chegou a ser presa por porte de maconha na época, o que afetou a carreira musical.

Ainda nos anos 1970, retorna à música em turnê com Gilberto Gil, intitulada "Refestança", e lança com a Tutti Frutti o álbum "Babilônia". Da vertente do rock e da experimentação, Rita foi se aproximando de uma linguagem mais pop, inaugurada pelo álbum "Rita Lee" (1979), também conhecido como "Mania de Você".

Rita Lee: Fase pop

O início da exploração de uma nova sonoridade veio a partir do início de outra parceria, a musical com o marido Roberto de Carvalho. O disco de 1979 que marca essa "estreia" traz sucessos reconhecidos até hoje, como "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".

Os anos 1980 seguiram marcados por músicas populares na carreira da artista, incluindo hits como "Lança Perfume", "Baila Comigo", "Mutante", "Desculpe o Auê" "Flagra"e "Flerte Fatal". Já nos anos 1990, a artista teve série de canções em novelas da TV Globo. "Vítima" foi tema de abertura de "A Próxima Vítima" (1995), enquanto "Dona Doida" foi usada em "Zazá" (1997).

Ainda no final dos anos 1990, foi lançado o "Acústico MTV - Rita Lee" (1998), que traz participações de Milton Nascimento, Titãs, Paula Toller e Cássia Eller. Já no começo dos anos 2000, o álbum "3001" (2000) ficou marcado pelos singles "Erva Venenosa" e "Pagu". Outro sucesso da época foi "Amor e Sexo", do disco "Balacobaco" (2003).

O último disco de Rita Lee foi "Reza", lançado em 2012, reconhecido pela música-título. Já a última canção da artista foi "Change", lançada em 2021.

Rita Lee: Outras linguagens

Além da música, Rita Lee também se destacou ao longo da carreira por obras de outras linguagens, além de participações na TV. A partir de 2002, por exemplo, a artista passou a ser parte do elenco de debatedoras do programa "Saia Justa", da GNT, com a escritora Fernanda Young, a atriz Marisa Orth e a jornalista Mônica Waldvogel. Vídeos da época circulam ainda hoje nas redes sociais.

Além disso, o próprio Twitter da artista seguiu sendo referenciado na internet, muito a partir do humor e dos comentários sinceros que Rita fazia na conta pessoal.

Em 2016, a artista lançou "Rita Lee: uma autobiografia", obra que se tornou um sucesso de público. Na publicação, ela compartilha série de memórias da vida e carreira. Há dois meses, em março de 2023, foi anunciado o lançamento de "Rita Lee: outra autobiografia". Com lançamento previsto para 22 de maio, a obra narra detalhes do tratamento dela contra o câncer de pulmão.

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