Banda Paper Cigarettes promove primeira edição do Festival Conchavo

O Festival Conchavo, que acontece nesta quinta-feira, 17 de março, no Órbita Blue, reúne Paper Cigarettes, Mateus Fazeno Rock, Lucas BMR e Nego Célio

17 de março pode ser um dia qualquer para a maioria das pessoas. Mas, para o tecladista Jefferson Farias, o vocalista Bruno Farias, o baixista Jeyson Menezes, o baterista Paulo Afonso e o guitarrista Hugo Lage, essa data carrega grandes significados em suas trajetórias. Foi neste período, em 2016, que os artistas fundaram a banda cover Two Folks. Meia década depois, no mesmo dia, eles se lançaram na cena autoral cearense com a Paper Cigarettes. E, nesta quinta-feira, também 17 de março, os cinco fazem o primeiro show com as músicas recentes do novo grupo.

Os integrantes dividirão o espaço do Órbita Blue com outros nomes que se tornaram referência no mercado independente de Fortaleza: Mateus Fazeno Rock, Lucas BMR e Nego Célio. As quatro atrações formam a primeira edição do festival Conchavo - organizado pelos próprios membros da Paper Cigarettes.

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"A gente é muito inquieto. Estamos sempre tentando fazer acontecer, porque, se pararmos, já era", diz Jeyson Menezes. E, por isso mesmo, decidiram que realizar apenas uma apresentação de estreia não seria o suficiente. Com o objetivo de unir e estabelecer os artistas locais, convidaram outros músicos para subir ao palco. "Dentro da banda, a proatividade sempre foi muito enraizada. Sempre buscamos um caminho para a autossuficiência, porque sabemos os percalços que encontramos em relação a contratantes. Quando trabalhamos de forma independente, temos o controle da situação para que façamos um bom evento dentro da visão artística", explica o baixista.

O repertório será formado pelas músicas que o grupo divulgou no ano anterior. São elas: "Garoto Verão", "Dark Cotton", "Voar", "California Games", "Homem do Futuro" e "Clouds of Smoke" - esta última está disponível em todas as plataformas digitais somente na versão ao vivo. "Estávamos nos mobilizando para fazer o primeiro show há algum tempo. A banda foi lançada no mercado em março de 2021. Lançamos nosso material durante a pandemia, do zero. E, desde o ano passado, estávamos organizando o show, que aconteceria em janeiro. Mas acabamos precisando esperar um pouco mais, até março, por causa da pandemia", indica.

Na busca constante para dar visibilidade também a outros nomes da música fortalezense, a Paper Cigarettes mobilizou mais artistas. "O Mateus Fazeno Rock foi chamado porque ele é um artista local, autoral e independente. Ele está com um trabalho bem desenvolvido e está sendo bastante citado. Então a gente decidiu convidá-lo para participar", fala sobre como o grupo trouxe o cantor do álbum "Rolê das Ruínas" e do single "Pose de Malandro/Me Querem Morto" para o line-up. Lucas BMR e Nego Célio também gostaram da ideia do festival e aceitaram participar.

Jeyson Menezes ressalta que, apesar das atrações serem somente homens, a representatividade é uma missão para o momento atual e para o futuro. "A gente tentou pluralizar ainda mais o festival, colocar mulheres, mais pessoas pretas. Mas entendemos que, nessa primeira edição, como é algo muito inicial e os recursos são limitados, é difícil trazer muitos artistas", diz. Além disso, alguns músicos também não puderam participar por causa de conflitos com a agenda profissional. Entretanto, nesta defesa da pluralidade, o festival disponibiliza ingressos gratuitos para pessoas trans, mediante solicitação pelo Instagram do evento.

O objetivo do grupo é levar a maior quantidade de pessoas possíveis para ver o movimento nascer. "A gente tem ouvido muito feedback da galera sobre esse movimento. A expectativa é que o máximo de pessoas possíveis vejam esse evento para que possamos contribuir com a cena de Fortaleza e para que, talvez um dia, Fortaleza seja a próxima cidade a colocar artistas autorais na cena nacional", sonha.

Segundo Jeyson, a meta é trazer visibilidade para a produção musical da Capital e de outras regiões do Ceará. "Se a gente estivesse pensando só no nosso trabalho, poderíamos fazer eventos pontuais. Mas, com um festival, podemos trazer outros artistas. Queremos colocar nossa cena autoral em destaque. Estamos tentando criar um espaço que não sirva só para nós, mas também para todos da cena como um todo", idealiza.

Do cover ao autoral

Jefferson Farias, Bruno Farias, Jeyson Menezes, Paulo Afonso e Hugo Lage formaram o grupo cover Two Folks - que permanece ativo até hoje - em 2016. A partir das apresentações na noite da capital cearense, eles começaram a juntar o cachê para expandir seus trabalhos. Aos poucos, os cinco foram trabalhando em composições autorais até que decidiram alugar uma casa para preparar o primeiro disco. “Na vida de todo músico, chega um momento em que é necessário decidir se ele continua a tocar somente covers ou se ele passa a criar conteúdos autorais. Entre 2017 e 2018, começamos a trabalhar internamente, sem divulgar nada”, recorda Jeyson.

Com alguns trabalhos já encaminhados, os cinco decidiram fundar a Paper Cigarettes, sem deixar de lado os compromissos da Two Folks. Com uma nova identidade visual e cinco composições, lançaram-se no mercado autoral cearense. “Tínhamos tudo planejado para lançar no dia 17 de março de 2020, porque foi o mesmo dia que a Two Folks nasceu em 2016. Mas, no dia 15 de março, a pandemia chegou no Ceará e tudo foi fechado. Tivemos que segurar o lançamento da banda por mais um ano”, lembra.

Depois da estreia do primeiro EP que leva o nome do grupo, agora eles planejam os próximos passos. Jeyson cita alguns planos: “Nossos projetos para 2022 são executar um live session e também lançar um novo single. Além disso, queremos dois novos videoclipes, se possível, um para um novo single e outro para uma música que está disponível, que é ‘California Games’. Também queremos fazer um documentário em formato de série para mostra as vivências da banda, nossas viagens, nossos processos artísticos, nossas problemáticas”.

Festival Conchavo

Quando: quinta-feira, 17 de março, às 19 horas
Onde: Órbita Blue (avenida Clóvis Arrais Maia, 3879 - Vicente Pinzon)
Quanto: entre R$ 20 e R$ 50; entrada gratuita para pessoas trans
Ingressos: site do Sympla
Mais informações: Instagram @conchavofestival

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