Cearense investe em arte digital sobre folclore e fatura R$ 100 mil

Renancio Monte é natural de Varjota e conseguiu faturar R$ 100 mil no mercado de NFT com a coleção Crypto Legends

O mercado de NFT (token não fungível) tem ganhado destaque com a compra e venda de itens colecionáveis. O token não pode ser reproduzido, mas pode ser transferido e o mercado gira em torno principalmente da arte digital. Natural de Varjota, Renancio Monte conseguiu ver o NFT como uma oportunidade de lucrar com sua arte. O artista conseguiu faturar R$ 100 mil e agora tem como objetivo incentivar outras pessoas de sua região a fazerem o mesmo.

"Minha paixão pela arte vem desde muito cedo. Desde criança já é natural a gente gostar de desenhar, mas eu acabei carregando isso pra adolescência", conta. A paixão de Renancio por desenhar o levou a se especializar na arte digital. "Não demorou muito entender que era aquilo que eu queria fazer pro resto da vida. Então só cabia a mim mesmo, conforme o tempo foi passando, estruturar o meu caminho. Porque todo mundo estava indo pra universidade mas eu queria viver do que eu amava. Então eu eu teria que arrumar alguma forma de sobreviver através disso e as coisas foram acontecendo", relata.

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No início de 2021, em meio ao impacto causado pela pandemia de Covid-19 no setor cultural, ele conheceu o mercado de NFT e foi quando identificou uma oportunidade de dar mais destaque a sua arte. "Quando abriu esse novo cenário com plataformas mais baratas, mais acessíveis, foi aí onde a gente viu uma oportunidade realmente de ingressar nisso. Então aí só dependemos do nosso esforço e dedicação para fazer acontecer e as coisas começarem a fluir", explica.

Ao ingressar na plataforma, Renancio observou que as coisas pareciam meio monótonas e foi quando sentiu a necessidade de inovar. Ele começou com produções ativistas, abordando desmatamento e fazendo críticas sociais, além de abordar o cangaço e trazer referências nordestinas. Em seguinda, o artista resolveu trabalhar em uma coleção que foi a responsável por seu destaque: a Crypto Legends. Cada item que integra a edição traz um personagem do folclore brasileiro, como Curupira, Saci e Cuca. Esse trabalho resultou no faturamento de R$ 100 mil, fazendo com que pessoas de diferentes partes do mundo comprassem a coleção. "Bombou muito e foi uma grande revolução pra mim. Eu não imaginava que chegaria a esse ponto", conta.

Renancio explica que para fazer sucesso na plataforma também é preciso fazer um bom marketing e que boa parte disso acontece através do Twitter. Uma das estratégias usadas por ele foi oferecer algumas cartas de graça, o que gerou interesse para que as pessoas quisessem a coleção completa. "É muito gostoso ler e entender a história de cada personagem. Principalmente você que mora no outro lado do mundo, que não conhecia as lendas, acaba sendo bem curioso tudo isso. Então, usando algumas dessas táticas de marketing, eu acabei atraindo um pouco a atenção desse povo", explica.

Hoje, Renancio busca aconselhar de maneira consciente sobre as oportunidades oferecidas pelo mercado de NFT. "Um ponto muito positivo diante da visão de interior do Ceará é que antes a gente precisava se humilhar muito para poder sobreviver da arte. Então você tinha um caminho estreito a seguir para poder sobreviver disso e agora a gente tem um amplo espaço para se dedicar", acredita.

"Eu tenho o prazer de realmente falar o que deu certo pra mim, o que eu fiz, para inspirar outras pessoas. Eu acredito que colecionar NFT é um investimento. Principalmente se você já tem artistas muito conceituados e muito populares vendendo, você consegue comprar e já no outro dia você revende pelo dobro que comprou. Então é um investimento a curto prazo e a longo prazo muito promissor", avalia.

"Depois quase um ano no mercado, eu não consigo ver muitos pontos negativos. Só consigo enxergar cada vez mais e tomando uma proporção positiva", ressalta. Ele revela que já começou a movimentar pessoas em Varjota para incentivá-las a entrar no mercado. "Já comecei um certo movimento na minha cidade, realizei uma pequena reunião com alguns artistas daqui, explicando o que que eu fiz, como que eu fiz, como eles podem fazer. Inclusive, para a maioria deles eu me disponibilizei a pagar as taxas que precisam ser pagas antes para poder vender", explica.

Apesar do interesse de ensinar outras pessoas a entrar no mercado e NFT, ele não pretende monetizar isso. "Eu tenho plano de ajudar as pessoas a ingressar nisso, mas sem intenção de lucrar por trás", declara. O artista ainda ressalta a importância de ter políticas públicas que possam gerar informação sobre esse universo, pois ao seu ver ainda há muita desinformação.

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