Spencer: Pablo Larraín apresenta filme sobre Lady Di no Festival de Veneza

O longa-metragem "Spencer" narra o Natal em que Diana de Gales, interpretada por Kristen Stewart, decide se divorciar do príncipe Charles, herdeiro da coroa

Fascinado por figuras femininas, o cineasta chileno Pablo Larraín apresentou nesta sexta-feira, 3, no Festival de Cinema de Veneza, um filme sobre a princesa Diana e sua decisão de renunciar ao trono britânico para viver sua própria vida.

O longa-metragem "Spencer" narra o Natal em que Diana de Gales, interpretada por Kristen Stewart, decide se divorciar do príncipe Charles, herdeiro da coroa.

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Larraín, que participa pela quarta vez do festival veneziano depois de Post Mortem (2010), Jackie (2016) e Ema (2019), volta para contar uma história real e um momento preciso da vida de Lady Di.

Um desafio que ele enfrenta mergulhando na psicologia da jovem, protagonista do casamento do século, mas que esbarrou na tradição insustentável e no pudor da realeza britânica.

"É um conto de fadas de pernas para o ar", confessou à imprensa o realizador chileno, ilustrando com um ritmo angustiante e estressante, graças à trilha sonora de Jonny Greenwood, o fim de semana na década de 1990 em que Diana Spencer toma a histórica decisão de se divorciar do príncipe Charles.

Bulimia, automutilação e anorexia

As ordens, as vestimentas, as obrigações, as cortinas fechadas e até costuradas, a anorexia, a bulimia e a automutilação são contadas enquanto a imprensa espreita e a família real impõe seus ritos em sua propriedade em Sandringham, em Norfolk.

A personagem real, que gerou enorme admiração desde seus primeiros dias na coroa britânica até sua trágica morte há 24 anos, tornou-se uma lenda por sua sensibilidade e força para se rebelar. Ícone da era moderna, que foi dissecada através de documentários, séries e filmes, desta vez oferece o lado mais íntimo e doloroso.

"Ela era a mulher mais famosa do mundo, a mulher mais fotografada do mundo", reconheceu Stewart à imprensa pouco antes de desfilar no tapete vermelho no lido veneziano.

"Embora tenha estabelecido uma relação com ela, acho que ninguém jamais vai entender como ela se sentia", confessou, referindo-se à impotência e à infelicidade da personagem mais popular da nobreza mundial, decepcionada com a ausência de amor e infidelidade do marido.

A atriz californiana, famosa pela saga Crepúsculo, se junta à longa lista de profissionais que buscaram capturar o espírito de Diana, incluindo Emma Corrin, que ganhou o Globo de Ouro este ano por sua atuação na quarta temporada de "The Crown" da Netflix.

Já Larraín enfrenta, depois do filme sobre Jackie Kennedy em 2019, outra figura muito alheia à sua realidade, popularmente conhecida por suas dores e glórias. "Queria fazer um filme que minha mãe gostasse, porque ela não gosta de muitos dos filmes que fiz", revelou à imprensa em Veneza.

Com roteiro do veterano Steven Knight, o filme também é uma homenagem ao gesto de liberdade e rejeição da submissão, que seus filhos de alguma forma entendem e compartilham, representado na cena libertadora final. "A personagem começa em colapso, depois se transforma em fantasma e finalmente se cura", resumiu o cineasta. (Kelly Velasquez/ AFP)

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