Do funk ao futebol: o "hit da sororidade" de Daya Luz, Solange e Rebecca

Com diferentes origens e vivências, as cantoras se uniram para lançar a música "Até o Piso", com críticas ao machismo, relacionamentos abusivos e rivalidade feminina

Cantora, compositora e dançarina brasileira, Daya Luz é de São Paulo. Rebecca é do Rio de Janeiro e ganhou destaque na música através do funk. Ícone do forró, Solange Almeida nasceu na Bahia. Com diferentes origens, histórias, idades e gêneros musicais, essas três mulheres estão unidas em novo trabalho.

As cantoras juntaram suas vozes para falar sobre sororidade e a importância da união e liberdade feminina na música e clipe de "Até o Piso", que estreia hoje no YouTube. "Quanto mais a gente levantar essa bandeira e falar sobre o assunto, mais as pessoas vão entender", acredita Daya.

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"Quero que as mulheres entendam o que é sororidade, porque muitas falam mas não praticam. Muitas ainda julgam, apontam o dedo uma pra outra e não apoiam nem têm empatia. Se nós estivermos unidas, somos muito mais fortes para lutar contra o mundo lá fora. Esse é objetivo da música", explica a cantora em entrevista ao O POVO.

"Já passei por várias situações na minha vida, antes mesmo de ser cantora, onde eu precisava provar que era capaz de fazer ou ser algo por ser mulher. Já passei por relacionamentos abusivos, já sofri preconceito por trabalhar com a sensualidade quando era bailarina do Faustão, e agora na música também. Quem é mulher na música sabe o quanto a gente precisa trabalhar e se provar. É um sentimento que nós temos que lutar contra para não se abater", pontua Daya.

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A cantora também reservou um espaço na letra para abordar relacionamentos abusivos. "Me deixa em paz, não quero escolta", diz um dos trechos. "Fala o quanto a mulher está melhor, o quanto ela deu a volta por cima. É uma bandeira da mulher que passou por isso, mas superou e hoje se enxerga e se respeita. Esse é o ponto principal, o ponto de partida, porque quando você entende que tem que se respeitar em primeiro lugar tudo fica mais claro na mente", explica Daya.

O clipe é composto por cenas gravadas em um campo de futebol. Rebecca joga de um lado, Daya está no outro e Solange é a juíza. "Eu quis juntar duas mensagens no clipe: mulheres empoderadas e sororidade", pontua Daya. Apesar dos times opostos, o intuito das cantoras é mostrar que apesar das diferenças é possível haver respeito mútuo. "Na vida podemos estar em lados opostos, em times diferentes, com opiniões, ideologias e pensamentos diferentes, mas nós temos que nos respeitar, nós temos que ter esse lado da empatia umas com as outras", acredita a paulista.

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"Não estamos aqui para competir ou sermos julgadas. Estamos aqui para nos unir e ter sororidade umas com as outras. Para lutar contra tudo que lutamos diariamente na sociedade, que ainda é muito machista", comenta. As cenas de futebol também são uma demonstração de apoio à seleção brasileira feminina. "As mulheres do futebol, assim como também de outros esportes, lutam muito para ter visibilidade, para serem vistas e respeitadas", diz Daya. "As meninas jogam pra caramba e não têm o mesmo apoio do futebol masculino, então esse clipe vai dizer muita coisa", afirma Rebecca.

Apesar de prezar pelo respeito, Daya conta que precisa lidar com o preconceito e críticas por sua postura artística e revela que a terapia a ajudou nesse processo. "Eu sei quem eu sou e o que eu quero. O que o outro diz, fala sobre ele mesmo, não sobre mim. Quando a gente ataca uma pessoa, levanta o dedo e julga, a gente fala mais sobre nós do que sobre aquela pessoa", acredita. "Julgamentos não me afetam mais", afirma a cantora.

Daya também acredita que a música é um caminho para unir e combater a rivalidade feminina, ainda presente no meio artístico. "Ninguém toma o lugar de ninguém, quando você tem seu espaço ele é teu. Ninguém tem a capacidade de tirar. Isso não é só com mulheres, é com homens também, é do ser humano. Cabe a nós ter consciência. O teu espaço é teu e ninguém tira", acredita Daya.

Confira o clipe de "Até o Piso":

*Disponível a partir das 12h

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