K-pop: Marcas rompem com Kris Wu, ex-membro do EXO, acusado de estupro

Ex-integrante do grupo EXO, Kris Wu foi acusado de estupro pela estudante Du Meizhu, de 19 anos, em uma entrevista realizada no último domingo

Marcas internacionais, como Louis Vuitton, Porsche e Bulgari, anunciaram nesta terça-feira, 20, a rescisão, ou a suspensão, de seus contratos com o famoso cantor sino-canadense Kris Wu, acusado de estupro por uma estudante, em um caso que gerou uma tempestade na China. Wu, de 30 anos, alcançou fama como membro do grupo sino-sul-coreano de K-pop EXO.

O escândalo ganha força e amplitude com o movimento #MeToo que começou em 2018 na China, quando mulheres denunciaram suas experiências como vítimas de assédio sexual, às vezes atingindo figuras públicas influentes.

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Desta vez, a faísca foi detonada pela estudante Du Meizhu, de 19 anos, que, em uma entrevista no último domingo, 18, acusou o cantor e ator de estuprá-la há dois anos. A garota contou que Kris Wu tentou comprar seu silêncio com 500.000 iuanes (cerca de US$ 77.000) e afirmou que levará adiante os "procedimentos legais".

"Eu vi Du Meizhu apenas uma vez, em uma noite com amigos, não a enchi de álcool (...) Não houve estupro", respondeu Wu, que cresceu entre Vancouver e Cantão, em uma mensagem divulgada na segunda-feira, 19.

Seu estúdio publicou uma longa resposta às acusações de Du. Negou qualquer ofensa por parte do cantor e garantiu que Wu viu a garota apenas uma vez, em uma festa. Ainda segundo a nota, a jovem teria falsificado seu relato e extorquido milhões de iuanes de sua equipe. "O estúdio já deu início ao processo legal" contra a jovem, anunciou na segunda à noite.

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Quebras de contratos

As revelações de Du desencadearam uma onda de condenação do ídolo nas redes sociais, assim como demonstrações de apoio à estudante e às vítimas de violência sexual, em geral. O impacto foi considerável, ao envolver uma das figuras chinesas mais lucrativas, cujo rosto era onipresente em anúncios de todo o tipo no gigante asiático.

Desde segunda-feira, um número crescente de marcas, incluindo Louis Vuitton, Bulgari, Porsche e a chinesa Tencent Video, anunciaram nas redes sociais que estavam rompendo, ou suspendendo, sua colaboração com Kris Wu.

"A Bulgari atribui grande importância ao incidente relacionado a Kris Wu e decidiu encerrar todas as colaborações com ele a partir de hoje", anunciou a marca de luxo nesta terça-feira, 20, na plataforma Weibo, o equivalente chinês do Twitter. Louis Vuitton também anunciou a suspensão de sua cooperação com o artista.

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Nas redes, internautas furiosos cobram de outras marcas, como L'Oreal Men e Lancôme, que cortem seus laços com Wu. Em nota divulgada na quinta-feira passada, a Lancôme já havia informado que sua associação com o cantor havia terminado em junho.

Após a entrevista de Du, outras supostas vítimas surgiram e acusaram a equipe de Wu de comportamento predatório, como convidá-las para festas de karaokê com muitas bebidas alcoólicas na companhia do astro. Hashtags como #MeninasAjudamMeninas e similares, usadas para expressar solidariedade à jovem, foram desativadas no Weibo e removidas da lista de mais comentadas.

A Associação Chinesa de Artes Cênicas disse na segunda-feira que a punição contra Wu "deveria ser baseada em fatos, e não em revelações na Internet". Pediu, no entanto, uma "punição severa", caso fique provado que ele cometeu crimes.

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A hashtag "a lei é o mais baixo dos padrões morais" também proliferou no Weibo, com 830 milhões de compartilhamentos, com internautas denunciando os elevados requisitos exigidos das vítimas para provar um abuso sexual na Justiça.

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