Chay Suede critica "caráter violento" de Bolsonaro: "Não deveria ser presidente"

Em meio à espera pelo nascimento do segundo filho, o ator falou sobre sonhos, medos e opinião política

Aos 29 anos, Chay Suede afirma estar no melhor momento de sua vida. Recentemente, o ator marcou presença na TV interpretando Domênico em "Amor de Mãe", mas o motivo de tanta alegria tem mais a ver com a vida pessoal, de acordo com a entrevista dada à revista RG. Falando sobre relacionamento e família, ele explica o porquê de estar numa fase tão boa, mas também revela suas inseguranças em meio a pandemia de Covid-19 e fala sua opinião sobre a conduta de Bolsonaro como presidente.

"É o momento de sonhos muito antigos se realizando. Tenho realmente comemorado estes sonhos", diz ao citar o casamento com Laura Neiva, o nascimento da primeira filha, Maria, e agora a gravidez do segundo filho, que ainda não teve o nome revelado. "Eu realmente não criei uma expectativa sobre como é ser pai de menino. Acho que, na verdade, eu só preciso ser um pai. Seja o meu neném menino ou menina, ele vai precisar de um pai e é o que eu quero ser. Ser um pai e, cada vez mais, o melhor pai possível", comenta.

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Chay acredita na criação pelo exemplo e busca ser um modelo para os filhos. "É aquilo que sou na minha vida e eles vão observar e levar para a vida deles". Mas o que tem preocupado o ator é o nascimento do segundo filho em meio a realidade vivida no Brasil. "A incerteza do momento atual é algo que me deixa ansioso, me tira do sério, me deixa reflexivo em um lugar super negativo", revela.

Apesar disso, ele tem esperança que as próximas gerações mudem o curso da história. "Penso que o mundo precisa de gente boa e é isso que quero oferecer para o mundo: pessoas boas. Que meus filhos contribuam, de alguma maneira, para que este mundo doido seja menos doido daqui a umas duas gerações".

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Desde as últimas eleições presidenciais, o ator já se posicionado publicamente contra Bolsonaro, aderindo o movimento #EleNão, e voltou a reafirmar sua opinião. "Em 2018, eu gravei um vídeo elencando os motivos pelos quais eu achava que ele [Jair Bolsonaro, sem partido] não deveria ser presidente da República e minha opinião é a mesma daquele ano", ressalta.

Na gravação citada por Chay, ele se declara contra Bolsonaro devido o apoio do político a torturadores da época da ditadura e o "caráter violento" que já havia demonstrado, além de chamá-lo de incompetente, devido aos 30 anos de vida pública sem nenhum projeto aprovado. O ator também disse que Bolsonaro relativa a escravidão e defende a meritocracia em meio a desigualdade social no Brasil.

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"Continuo achando a mesma coisa sobre ele. Só que, agora, infelizmente, colhendo as consequências de ele ter sido eleito presidente do Brasil", pontua Chay. Sobre posicionamentos, o ator disse: "Me posiciono quando eu acho que vou contribuir com a discussão geral. Quando acho que não vou contribuir ou vou dizer algo que já está sendo dito por todo mundo ou algo que é repetido inúmeras vezes – por diferentes pessoas para um mesmo público -, não me posiciono".

"Acho que se posiciona quem, realmente, tem algo importante a dizer. Você se posicionar apenas por se posicionar, eu acho uma obrigatoriedade vazia. Acho que tem muita gente com coisas importantes para dizer e que precisam ser ouvidas, mas também acho que nem todo mundo se enquadra neste perfil de pessoa. Quem não se encaixa, não se encaixa e acabou. Não se posiciona e colhe os bônus e os ônus disto", acrescenta.

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"Acho que o papel do artista vai muito além de se posicionar ou não durante uma eleição. O que a gente faz com nossas escolhas artísticas, os trabalhos que escolhemos fazer, as emoções que a gente acessa nas pessoas com os papéis, isso eu acho que a gente comunica de uma forma inesquecível", acredita o ator. Durante a entrevista, Chay disse estar trabalhando em novos projetos, mas que só poderá revelar nos próximos meses.

 

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