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Curta cearense concorre em mostra de cinema do Espírito Santo

"Rotina Familiar", dirigido por Leo Silva, está entre os oito filmes selecionados. A votação está aberta para júri popular até o fim do mês de outubro
15:09 | Out. 22, 2020
Autor Clara Menezes
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Tipo Notícia

A pandemia transformou a convivência entre as famílias. Com o isolamento social, o trabalho e os estudos que ocupavam parte da rotina foram adaptados a um cenário ainda incerto. A população acostumada com o trânsito, o barulho e a correria se restringiu ao universo de suas próprias casas. Neste ambiente, o passar dos dias parecia inalterável. As manhãs, as tardes e as noites eram sempre as mesmas e transmitiam uma sensação de infinitude do tempo. A partir dessa relação, surgiu o curta-metragem “Rotina Familiar”, dirigido por Leo Silva, que concorre na MoV.Cidade - Mostra de Sustentabilidade e Criatividade Urbana de Vitória (ES).

Ao lado de outros sete trabalhos de vários estados do Brasil, o filme está aberto a votação pública. Por meio de um cadastro na plataforma do evento, o usuário pode escolher a produção preferida. O vencedor será premiado com R$ 3.000. Este ano, a iniciativa que acontece desde 2018 foi adaptada para as plataformas virtuais devido ao coronavírus. As atividades ocorrem até 30 de outubro.

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“Rotina Familiar” é a única obra cearense que participa do festival. Idealizado em março, no início das medidas de prevenção ao Covid-19, o curta mostra a rotina de uma família da comunidade Santa Filomena, no bairro Jangurussu, em Fortaleza. A crônica visual revela os detalhes do dia a dia de pessoas que, de repente, foram obrigadas a permanecer em seus lares.​

O barulho recorrente do balançar da rede. A avó que cozinha e trabalha para toda a família. As crianças que encontram maneiras criativas de brincar. A menina que até pega sua bicicleta, mas não pode sair para a rua. São cenas simples que remetem a um contexto universal. Em 10 minutos, Leo Silva convida o espectador para viver sua realidade durante o isolamento. No vídeo, as memórias do diretor são capazes de se entrelaçar às lembranças afetivas do público.

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“Quando trabalhamos fora, estamos propícios a chegar em casa para dormir, se alimentar. Acabamos olhando pouco para esse espaço, sem contar as interações com as pessoas que estão nesse local”, comenta o documentarista. Segundo ele, a quarentena foi um momento de proximidade, principalmente, com os sobrinhos. “Eu não tinha isso antes por causa da correria e também porque eles estavam sempre na escola”, explica.

Outra perspectiva que ganhou foi a possibilidade de visualizar as mudanças do lar. “Como os móveis estão colocados, uma rachadura na parede, um telhado quebrado. Todo esse processo é uma relação entre o tempo e a rotina. Sempre estamos tão em si que acabamos não percebendo o que está ao lado”, comenta.

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Para registrar sentimentos e sensações, passou a filmar o ambiente em que estava, sem saber exatamente o final. Após o primeiro corte, a produtora Emilly Guilherme entrou como consultora no projeto. “Ela comentou e deu dicas. Começamos fazer algumas chamadas e conversar sobre os processos da quarentena. Eu estava em uma casa com mais de sete pessoas, e ela sozinha com a mãe. As experiências eram diferentes, mas, por esse diálogo, o filme mostra um pouco de nós dois”, diz.

“Rotina Familiar” também foi selecionado no I Edital Festival Cultura Dendicasa, no início de junho deste ano. Até o momento, a obra já bate a marca de mais de mil visualizações no Youtube. “As pessoas têm comentado que, quando assistem, sentem um pouco mais de seu espaço, lembram da própria família, do interior, ou que bate uma ansiedade. Assim, percebo o quão grande está sendo essa produção, porque às vezes a gente não tem noção”, indica Leo Silva.

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Confira curta-metragem:

Mov.Cidade

Quando: até 30 de outubro

Onde: no site oficial

Mais informações: no Instagram @mov.cidade

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