Mustang GT Performance não era para os tímidos
O POVO testou o modelo por uma semana em Fortaleza e no Litoral Oeste, entre Icaraí de Amontada e Moitas, pouco antes de ele ser retirado do catálogo
Quando a Ford anunciou em julho no Brasil o Mustang Dark Horse, versão de série mais potente já produzida do “muscle car”- aliás não só para o Brasil, mas também para Argentina, Chile, Peru e Colômbia - acendeu nos corações mais uma chama. A terceira, no caso. Com o cavalo negro, as demais versões do Mustang conviveram por um tempo: GT Performance e GT Performance Manual.
O POVO guiou por uma semana o GT Performance. Levou o cavalinho para passear no Litoral Oeste, entre Icaraí de Amontada e Moitas.
Dirigir um Mustang é se deparar com o encantamento que o modelo causa por onde desfila. Tímidos, evitem-lo. E desde o seu lançamento oficial em 2018, o Mustang já vendeu mais de 4.000 unidades, consagrando-se como o veículo em versão única mais vendido entre os superesportivos. Nas três versões as diferenças não incluem o trinômio tradição, potência e tecnologia.
O Ford Mustang GT Performance honrou o espírito dos muscle cars norte-americanos. Equipado com um motor V8 5.0 litros de até 480 cavalos, entrega desempenho de pista, som de muita qualidade e uma mistura de músculos com elegância. Noutros termos, aquela capacidade de poucos de ser sensual sem ser vulgar.
O coração do Mustang é o clássico motor Coyote V8, aspirado, com torque de 56,7 kgfm e aceleração de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos. Por razões óbvias a CE-85, a Rodovia Estruturante, que liga a Capital às praias mapa acima do Ceará, até Jijoca de Jericoacoara, não era o palco adequado para testar este desempenho. Mas ainda assim fica muito clara a sensação de que ele é capaz disso e mais.
A tração traseira e o câmbio automático de 10 marchas oferecem controle e respostas imediatas. O som do escapamento é outro show no cardápio. Mas uma vez: tímidos não irão querer saber e ouvir o que o sistema Active Valve Performance Exhaust apresenta: ele permite escolher entre quatro modos de som — Quiet, Normal, Sport e Track — ajustando o ronco do V8 conforme o gosto do piloto. No modo Track, o rugido do V8 faz sucesso no posto.
O GT Performance Package traz um conjunto de melhorias mecânicas e estruturais que elevam o comportamento dinâmico do carro. A saber:
-Freios Brembo de seis pistões na dianteira;
-Suspensão esportiva com calibração mais firme;
-Diferencial Torsen de deslizamento limitado;
-Barras estabilizadoras reforçadas;
-Sistema de arrefecimento adicional;
-Rodas de 19 polegadas com pneus de alta aderência.
O Mustang é um carro bastante afiado, com estabilidade admirável em curvas e frenagens firmes. Para o uso urbano no dia a dia, garante conforto. Aliás, o uso urbano dele tem aspectos concretos e intangíveis a destacar. O Mustang não é carro para levar alguém no banco traseiro. Claustrofóbicos, uni-vos e pegai-vos outra carona. Ademais, a sensação no pé e na mão de que ele pode galopar, mas não será possível ante o uso urbano, causa frustração. Ter um é ter destino fora da Cidade.
No visual, o GT Performance tem a imponência de um Mustang. O capô longo, a grade escurecida na medida e o cavalinho a galopar bem no centro eternizam a identidade original. Na traseira, o spoiler funcional e as duplas saídas de escape são belos e conferem a pegada esportiva. Por dentro, luxo. Esqueça todas as queixas dos outros modelos abaixo. Tem bancos esportivos Recaro, painel digital de 12 polegadas e volante bem esportivo (com a base achatada), com costuras vermelhas.
Ser retrô não é ser obsoleto. O Mustang GT Performance tem apelo tecnológico. O painel é digital e configurável. Os modos de condução são o Normal, Sport, Track e Drag Strip. A suspensão adaptativa MagneRide ajusta automaticamente a rigidez conforme o tipo de terreno e o estilo de pilotagem.
Ele é importado dos Estados Unidos e era vendido no Brasil por cerca de R$ 530 mil. A propósito, era um dos poucos esportivos V8 aspirados no menu do mercado brasileiro. E ainda que haja outros modelos na praça com posicionamento semelhante,vide o Chevrolet Camaro SS, ele se vale do emocional. Tem um crachá invisível de um verdadeiro muscle car norte-americano.
Mais sobre o Mustang GT Performance
-Motor: 5.0 V8 Coyote de 480 cv (EUA) / 466 cv (Brasil, por conta da gasolina e emissões)
-Torque: cerca de 56,7 kgfm
-Câmbio: Automático de 10 marchas ou manual de 6 marchas
-Tração: Traseira (RWD)
-0–100 km/h: em torno de 4,2 segundos
-O câmbio automático tem trocas rápidas e pode ser operado por paddle shifts.
Sistemas de assistência: Auxílios como piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa e assistente de frenagem de emergência com manobra evasiva.
Modos de condução: Incluem opções como Normal, Esportivo, Pista, Drag, Escorregadio e Personalizado, que ajustam a resposta do motor e do escapamento.
Entretenimento: Sistema de som Bang & Olufsen, central multimídia com tela de mais de 14 polegadas, Apple CarPlay e Android Auto sem fio.
Segurança: Múltiplos airbags, alerta de ponto cego nos retrovisores e assistente de limite de velocidade.
Exterior: Design com linhas esportivas e agressivas, dianteira com entradas de ar maiores, rodas aro 19 e escapamento quádruplo na traseira.
Interior: Acabamento com materiais de qualidade, bancos de couro com ajustes elétricos, ventilação e aquecimento, painel de instrumentos digital personalizável e assentos Recaro opcionais.
Espaço: O porta-malas tem capacidade para 382 litros. Os bancos traseiros são pequenos e limitados.
Grade preta fosca com entradas de ar maiores.
-Detalhes em preto brilhante e emblemas “GT Performance”.
-Spoiler traseiro funcional e saídas de escape maiores.
-No interior, bancos esportivos Recaro, painel digital de 12" e volante com costuras vermelhas.
-Escapamento com quatro modos: Quiet, Normal, Sport e Track. No modo Track, o rugido do V8,uma assinatura sonora.
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