Usuários reclamam que a Alexa e as IAs estão ficando "burros"; isso é possível?

Usuários relatam que assistentes virtuais como a Alexa estariam perdendo eficiência; entenda se IAs podem "ficar burras" com o tempo e por quê

20:00 | Jun. 22, 2025

Por: Caynã Marques
Aparelhos como a Alexa podem parecer mais burros com o tempo sem atualizações; veja por que manter esses sistemas em dia é essencial (foto: Reprodução/ Freepik)

É recorrente a reclamação de usuários de Inteligências Artificiais (IAs) e assistentes virtuais — como a Alexa, da Amazon — sobre uma suposta perda de eficiência ao longo do tempo. Muitos relatam que esses dispositivos, criados justamente para facilitar o dia a dia, parecem ter se tornado mais “burros”, com respostas menos precisas ou úteis do que no início de uso.

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Com o avanço constante da tecnologia, é esperado que os dispositivos conectados a sistemas de IA acompanhem as atualizações e melhorias lançadas pelos desenvolvedores.

No entanto, na prática, isso nem sempre acontece de forma automática ou eficaz. Muitas vezes, a falta de atualizações manuais, o uso incorreto ou mesmo o desgaste de componentes podem impactar diretamente no desempenho.

Além disso, a chamada Internet das Coisas (IoT) — que conecta eletrodomésticos, luzes, sistemas de segurança e outros dispositivos à rede — também depende de integração fluida com essas assistentes.

Quando um ou mais desses sistemas deixam de receber suporte ou atualizações, o desempenho geral pode ser prejudicado, reforçando a sensação de que a IA está “desaprendendo”.

Quando a culpa é do usuário

É importante considerar que, em muitos casos, o problema pode estar relacionado ao uso inadequado. A instalação incorreta de dispositivos, falhas na conexão Wi-Fi, ausência de atualizações de firmware e o não ajuste das configurações de privacidade e comando podem afetar diretamente a performance da IA.

Isso é comum em residências com vários dispositivos conectados, onde a sobrecarga da rede pode levar a respostas mais lentas ou imprecisas.

Além disso, quanto mais personalizada a experiência, mais dados são necessários para a IA aprender e se adaptar.

Usuários que desativam determinadas permissões ou apagam o histórico de interações com frequência podem, sem perceber, limitar a capacidade da assistente de melhorar suas respostas.

A dependência também pode ser um problema

Outro ponto que tem ganhado destaque entre especialistas é o risco da dependência excessiva de sistemas automatizados.

Usar assistentes virtuais para todas as decisões do dia a dia pode reduzir a autonomia das pessoas em tarefas simples, além de criar expectativas irreais quanto à inteligência e capacidade da IA.

É importante entender que esses sistemas ainda operam com base em algoritmos, comandos e padrões de comportamento.

Se não forem constantemente alimentados com dados e atualizações, eles não evoluem. E mesmo quando evoluem, continuam longe de pensar ou raciocinar como humanos — o que significa que haverá sempre limitações.

Como melhorar o desempenho da sua assistente virtual

Para garantir que a Alexa ou qualquer outro assistente virtual continue funcionando bem, algumas orientações são recomendadas:

  • Mantenha o sistema sempre atualizado, incluindo apps vinculados e dispositivos conectados;
  • Reveja periodicamente as configurações de voz e idioma, que podem afetar a interpretação dos comandos;
  • Evite sobrecarga da rede doméstica, especialmente se houver muitos dispositivos conectados simultaneamente;
  • Revise os dispositivos compatíveis da sua casa conectada (IoT) e verifique se ainda recebem suporte do fabricante;
  • Utilize comandos claros e objetivos, facilitando a compreensão por parte da IA;
  • Evite zerar frequentemente o histórico de interações, pois isso impacta o aprendizado da máquina.

Em resumo, embora seja possível notar uma perda de eficiência em alguns casos, a ideia de que assistentes virtuais estão “ficando burros” é muitas vezes consequência de desatualizações, mau uso ou expectativas desalinhadas.

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Quando bem configurados e mantidos, esses sistemas continuam sendo ferramentas úteis — mas é essencial lembrar que eles são complementares, e não substitutos absolutos da ação humana.