BlackBerry de volta? Empresa promete aparelho da marca com 5G em 2021

BlackBerry não lança aparelhos próprios desde 2015, licenciando o nome da marca para outras empresas; fabricante estadunidense promete modelo com 5G e teclado físico ainda este ano

03:17 | Jul. 29, 2021

Fabricante Onward Mobility lançou página de cadastro para receber informações sobre novo aparelho BlackBerry, que deve ser lançado com 5G e teclado físico (foto: Reprodução/Onward Mobility)

Os aparelhos BlackBerry podem ter (mais) uma volta este ano. O último smartphone com o nome da marca foi lançado em 2018, e desde então os celulares, conhecidos pela qualidade do teclado físico e pelas funções de privacidade, não tiveram novos modelos. Isso pode mudar em breve, com uma nova fabricante prometendo lançar um aparelho ainda este ano.

A empresa responsável pelo novo modelo é a Onward Mobility, dos Estados Unidos. O lançamento do novo BlackBerry havia sido prometido inicialmente para o primeiro semestre de 2021, mas o prazo não foi cumprido.

Na segunda-feira, 26, porém, a Onward Mobility anunciou "o programa", que é basicamente uma lista de e-mails para receber informações sobre o novo celular BlackBerry, que ainda não tem nenhum detalhe anunciado ou vazado.

Ao se cadastrar na lista (disponível neste link), segundo a empresa, potenciais clientes e interessados poderão "ser os primeiros a receber atualizações, antes do público geral"; "dar ideias e influenciar diretamente no desenvolvimento de funcionalidades do produto"; e comprar o smartphone em pré-venda.

BlackBerry não lança aparelhos próprios desde 2015

Os aparelhos BlackBerry surgiram em 1999, inicialmente como pagers. Em 2003 a Research In Motion, fabricante dos dispositivos, anunciou o 6230, primeiro smartphone da marca. Com destaques para o teclado físico, considerado de excelente qualidade, e funções focadas em privacidade, os modelos fizeram muito sucesso, nas décadas de 2000 e 2010, entre executivos e usuários que buscavam um celular com ferramentas de produtividade.

Com a ascenção dos aparelhos de telas touch, como o iPhone (lançado em 2007) e modelos Android, a popularidade dos aparelhos BlackBerry caiu. A empresa tentou se atualizar, com o sistema BBOS 10 e posteriormente lançando um modelo com Android, o Priv. O alto preço dos aparelhos, a pouca oferta de aplicativos e as mudanças tardias, porém, não foram o suficiente para retomar o interesse na marca. O Priv, de 2015, foi o último aparelho próprio lançado pela fabricante.

BlackBerry passou a licenciar marca para outras fabricantes

Em 2016, a empresa anunciou que não fabricaria mais produtos, focando apenas em software. Como parte da estratégia de sobrevivência, a BlackBerry passou a licenciar a marca para outras empresas. Com a mudança, a BlackBerry ficaria responsável pelos disreitos da marca, aprovação dos projetos e fornecimento das tecnologias de privacidade para os aparelhos, enquanto o desenvolvimento e fabricação seria feito pelas empresas parceiras. A Nokia, outra marca tradicional de celulares impactada negativamente pelas mudanças do mercado, adotou estratégia similar em 20XX.

No mesmo ano, o primeiro acordo foi anunciado, com a fabricante TCL, que produz tanto celulares e televisores de marca própria quanto os aparelhos Alcatel. DTEK50, DTEK60 foram os primeiros frutos da parceria, sendo ambos smartphones sem teclado físico. Além da TCL, a Optiemus (Índia) e Merah Putih (Indonésia) também fecharam contratos similares, lançando seus próprios modelos em 2017 e 2018.

Não há novos celulares BlackBerry desde 2018

Os últimos modelos lançados foram o Key2 e Key LE, em 2018, feitos pela TCL. Com especificações medianas e preço alto, mesmo o diferencial do teclado físico, que à época era encontrado somente nos celulare BlackBerry, não alavancou as vendas. Sem novos aparelhos por dois anos, em agosto de 2020 a parceria com a TCL foi encerrada.

No mesmo mês a Onward Mobility foi oficializada como nova fabricante dos BlackBerry. No anúncio, as empresas indicaram que os novos aparelhos seriam focados em clientes corporativos e governamentais. Vendas a consumidores finais não foram mencionadas, apesar de as marcas não negarem a possibilidade.

Mais sobre Tecnologia