Mounjaro para apneia do sono é recomendado? Descubra agora

Mounjaro para apneia do sono é recomendado? Entenda

Medicamento foi liberado pela Anvisa e já é usado para outras comorbidades no Brasil; entenda o uso do Mounjaro para apneia do sono

O medicamento Mounjaro foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento da apneia do sono em adultos com obesidade. A decisão foi publicada no último dia 20 de outubro, no Diário Oficial da União.

A medicação contém Tirzepatida, substância já conhecida e que é utilizada no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.

No último ano, estudos feitos em universidades dos Estados Unidos comprovaram a eficácia em pacientes que têm apneia do sono. Apesar da decisão do órgão brasileiro, o público-alvo da medicação deve ser o mesmo do estudo. 

Entenda como é utilizado e quem pode fazer o tratamento.

O que a apneia do sono e qual o tratamento?

A apneia do sono ocorre quando uma obstrução na garganta causa apneias Pausas respiratórias de no mínimo 10 segundos.
 e/ou hipopneias Redução parcial da respiração (menos grave que a apneia, que é parada completa do ar) recorrentes durante o sono. Para sair do estado de apneia, o indivíduo precisa despertar para que a musculatura ajude a manter a garganta aberta.

Esse ciclo se repete várias vezes durante a noite e o sono profundo e reparador não ocorre, causando prejuízos, afirma a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

O tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) inclui - em casos moderados e graves - a utilização do uso de gerador de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP), que promove um bombeamento de ar que impede o fechamento da garganta.

Ainda, a apneia está relacionada com a obesidade, já que é um transtorno do sono comum em indivíduos obesos. E a perda de peso é um dos pilares do tratamento para a apneia do sono, informa o artigo “Explorando os efeitos da tirzepatida na apneia obstrutiva do sono: uma revisão da literatura”, o que justifica o uso do medicamento.

O médico pneumologista Ivan Fretas explica que o Mounjaro deve ser utilizado em condições específicas do tratamento, como em casos de adultos obesos e que não se adaptaram ao CPAP, por exemplo. 

Como o Mounjaro é utilizado para combater a apneia do sono?

O Mounjaro se tornou mais conhecido após a apresentação das canetas emagrecedoras. Possui tirzepatida em uma composição, um misto dos hormônios GLP-1 e GIP, que tem efeito adicional na saciedade e ingestão calórica.

É aplicado de forma subcutânea e semanalmente. As doses variam entre 2,5 e 15 miligramas.

A decisão da Anvisa se baseou em estudos feitos desde 2024 e que comprovaram o decréscimo da apneia em pacientes tratados com o Mounjaro durante 52 semanas, em comparação àqueles que receberam o placebo Medicação sem o agente ativo, ou seja, sem os ingredientes que seriam responsáveis por curar a doença.
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Pelo menos dois artigos demonstram a melhora dos sintomas, sendo um dos principais publicado em 2024 na revista científica "New England Journal of Medicine". 

De acordo com as pesquisas, "a tirzepatida demonstrou melhorar significativamente o controle glicêmico, reduzir substancialmente o peso e melhorar a saúde digestiva e cardiovascular...mostrando potencial como tratamento para a AOS". 

Ivan explica que a obesidade pode amplificar os sintomas da apneia do sono: "A apneia de sono está muito associada à obesidade, porque a obesidade infiltra a musculatura da língua, do palato mole, com gordura. Assim, ela fica mais pesada e favorece que haja o fechamento da passagem de ar durante o sono". 

Com a apneia relacionada com a obesidade, “o efeito do Mounjaro na apneia do sono está associado à perda de peso”, afirma o profissional.

Contudo, é importante destacar que a obesidade não é o único fator relacionado com a apneia do sono.

O indivíduo pode ter uma flacidez da musculatura pela idade e alterações anatômicas, que não são tratadas somente com a perda de peso.

Quais são os riscos do Mounjaro?

Os estudos feitos também demonstram a relação entre o uso do Mounjaro e as outras opções de tratamento. O pneumologista ainda destaca que o tratamento diminui os sintomas, mas não alcançam os mesmos resultados do CPAP.

Pelo principal estudo apresentado, os episódios de apneia diminuíram de 50 para cerca de 20 no período de uma hora. Isto não reduz os riscos dos eventos de apneia que podem acontecer.

“Como não é um tratamento que resolve no sentido de deixar a apneia no nível adequado, que é abaixo de cinco, você ainda vai ter algum efeito residual. Além disso, tem o efeito colateral do medicamento em si, que pode promover intolerância gastrointestinal”, elenca Ivan.

Com informações de Arthur Albano.

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