31 de julho é o Dia do Orgasmo; saiba fatos, mitos e curiosidades
Conheça fatos e curiosidades sobre o ápice da excitação sexual, que envolve questões de saúde e autoconhecimento
Celebrado no dia 31 de julho, o Dia do Orgasmo pretende conscientizar e desconstruir tabus envolvendo o prazer sexual. O grande “O”, como alguns se referem ao momento, é cercado de mitos, propagados especialmente pela incompreensão da experiência feminina.
O orgasmo é algo saudável e natural que acontece como uma resposta do corpo ao estímulo sexual. Varia de pessoa para pessoa e por isso gera tantas dúvidas devido à sua natureza única. Apesar disso, há alguns fatos e curiosidades sobre ele que servem para a população geral.
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O POVO conversou com o ginecologista Alexandre Silva e Silva para entender as diferenças entre os tipos de orgasmos e esclarecer as dúvidas que as pessoas têm sobre eles.
Mitos e verdades sobre o orgasmo
Silva explica que por séculos a sexualidade feminina foi reprimida, tratada com culpa e vergonha; como consequência, houve um impacto na forma como muitas mulheres se relacionam com o próprio corpo e prazer.
“A quebra desse tabu começa com educação sexual, acesso à informação de qualidade, conversas abertas e respeito à diversidade de experiências. Profissionais de saúde também têm um papel fundamental em acolher essas questões com empatia e sem julgamento”, afirma.
Existe diferença entre o orgasmo masculino e feminino?
Segundo o ginecologista, existem diferenças importantes:
“Enquanto o orgasmo masculino está, na maioria das vezes, diretamente ligado à ejaculação, com um pico rápido de excitação seguido de um período refratário, o corpo feminino apresenta uma resposta sexual mais complexa e variável, com múltiplos caminhos e capacidade para orgasmos múltiplos”, detalha.
Silva também complementa que a estimulação necessária para alcançar o orgasmo costuma ser diferente, com o feminino exigindo um maior envolvimento de zonas erógenas, como o clitóris, além de envolver fatores emocionais e psicológicos.
Qual a importância do orgasmo para o corpo humano?
Entender essas diferenças é fundamental para conseguir atingir o orgasmo de uma maneira saudável. Isso porque ele é um fenômeno neurológico e hormonal que traz múltiplos benefícios para o corpo humano. Silva cita alguns como:
- Liberação de endorfinas e oxitocinas
- Redução do estresse
- Melhora na qualidade do sono
- Fortalecimento do sistema imunológico
- Alívio de cólicas menstruais e dores crônicas
- Melhora do humor e da autoestima
Além disso, no caso das mulheres, o orgasmo também promove maior irrigação sanguínea na região pélvica e contribui para a saúde sexual e reprodutiva.
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A mulher demora mais para alcançar o orgasmo?
Uma das crenças mais difundidas sobre o orgasmo é que as mulheres demoram mais para alcançá-lo. No entanto, o ginecologista explica que essa é uma meia verdade.
“Muitas mulheres precisam de mais tempo para atingir o orgasmo comparado aos homens, especialmente em relações que priorizam a penetração e não contemplam as suas principais zonas de prazer”, aponta.
“Isso não significa que a mulher demore mais por natureza”, acrescenta, explicando que o fato acontece quando o estímulo adequado não é oferecido. Com a abordagem certa, muitas mulheres podem atingir o orgasmo com rapidez e intensidade.
Quais os diferentes tipos de orgasmos femininos?
Ainda sobre o orgasmo feminino, Silva detalha existirem diferentes tipos, sendo o mais conhecido o orgasmo clitoriano, que acontece a partir da estimulação do clitóris.
“Também existe o orgasmo vaginal, que envolve a estimulação de áreas internas como o ponto G e o colo do útero, além do orgasmo misto, que combina estímulos internos e externos. E, por fim, há relatos de orgasmos mamilares, anais e até orgasmos mentais ou energéticos, sem toque direto, relacionados à excitação intensa e à conexão emocional ou prática tântrica”, detalha.
É possível ter um orgasmo em uma relação sexual sem penetração?
Outro mito bastante difundido é de que uma relação sexual precisa de penetração para que se alcance o orgasmo dos praticantes. “O clitóris é o principal órgão do prazer feminino e sua estimulação não depende da penetração. Muitas mulheres, inclusive, só atingem o orgasmo com estímulo clitoriano externo”, ensina o médico.
“As preliminares são essenciais: elas criam conexão, aumentam a excitação e favorecem a lubrificação e o relaxamento necessários para que o prazer seja pleno. Sexo não é sinônimo de penetração; é troca, toque, presença”, finaliza.
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Confira curiosidades sobre o orgasmo
A seguir, O POVO traz algumas curiosidades sobre o orgasmo:
1. De onde veio o orgasmo como conhecemos hoje?
A palavra orgasmo vem do grego antigo (orgasmós) e significa “excitação” ou “inchaço”.
Apesar disso, ela só foi atribuída ao seu significado moderno muito tempo depois, quando foi adaptada para o latim e posteriormente para o português, sendo usada para descrever o ápice da excitação sexual.
Já a primeira vez que um orgasmo feminino foi descrito foi no século XII quando a freira Hildegard de Bingen descreveu a experiência de uma mulher fazendo amor com um homem como tendo “uma sensação de calor no cérebro que comunica o sabor desse prazer e convoca a emissão da semente do homem”.
2. E o Ponto G, existe?
O Ponto G realmente existe e recebeu esse nome em homenagem ao pesquisador Ernst Grafenberg, quem escreveu pela primeira vez sobre essa zona altamente erógena, ainda nos anos 1950.
Publicado no The International Journal of Sexology, ele concluiu que: “A parede anterior da vagina, ao longo da uretra, é a sede de uma zona erógena distinta e deve ser levada mais em consideração no tratamento da deficiência sexual feminina”.
3. O primeiro orgasmo feminino nas telas de cinema
Considerada a inventora da tecnologia que permitiu o desenvolvimento de sistemas GPS, Bluetooth e Wi-Fi, a atriz Hedy Lamarr estrelou em 1933 o filme “Êxtase”, no qual interpretou o primeiro orgasmo feminino do cinema em um filme não pornográfico.
O momento causou um rebuliço tão grande na sociedade da época, que Friedrich Mandi, marido de Hedy, tentou comprar todas as cópias existentes do longa.
4. Orgasmo virou tema de TED Talk famoso
Apresentada pela jornalista americana Mary Roach em 2009, a palestra “10 coisas que você não sabia sobre o orgasmo” se tornou uma das mais assistidas no canal TED Talk no YouTube. Mary disse que a ideia veio do fato de que “todo mundo tem curiosidade sobre o tema”.
Enquanto a maioria das TED Talks se concentrava em grandes ideias para mudar o mundo, a pesquisa de Roach seguiu outro viés, procurando explorar a fisiologia da sexualidade humana de maneira divertida. O objetivo é encorajar pessoas a falarem abertamente sobre sexo.