Dia do Orgasmo: a luta contra a lacuna de informações

Dia do Orgasmo: a luta contra a lacuna de informações

Comemorado no dia 31 de julho, a data destaca a importância do bem-estar sexual, principalmente na vida das mulheres

Nesta quinta-feira, 31, é comemorado o Dia do Orgasmo, uma data que existe desde os anos 1990 com o objetivo de promover conversas honestas sobre prazer, igualdade e bem-estar sexual.

Para a Zenilce Bruno, psicóloga clínica e terapeuta sexual, essas datas simbólicas têm papel fundamental na quebra de paradigmas, por lembrar que prazer é saúde, e não deveria ser ignorado ou considerado supérfluo.

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Ela enxerga que essas ocasiões servem para impulsionar campanhas, abrir conversas, desconstruir mitos e reafirmar o direito ao prazer como parte da cidadania sexual; ou seja, são momentos de visibilidade que ajudam a normalizar temas que ainda são vistos com preconceito ou desconforto.

“Mesmo em tempos de liberdade sexual crescente, falar abertamente sobre prazer, e especialmente sobre orgasmo feminino, que ainda é um tabu. Silenciado por séculos de repressão cultural, o tema continua cercado de desinformações, culpas e constrangimentos”, afirma.

Ela explica que o orgasmo é um fenômeno fisiológico e emocional natural, e que a lacuna de informação é herança de estruturas sociais patriarcais que historicamente associaram o prazer sexual ao homem e a pureza à mulher.

Segundo um estudo da Universidade de Indiana, apenas 65% das mulheres heterossexuais dizem gozar com frequência, contra 95% dos homens nas relações.

“Durante muito tempo, o prazer feminino foi ignorado até mesmo em contextos médicos. A masturbação feminina, por exemplo, ainda é cercada de mitos. A cultura do ‘sexo como obrigação’ ainda paira sobre muitas relações, tornando o prazer algo acessório, quando, na verdade, deveria ser direito e fonte de bem-estar”, destaca.

A terapeuta sexual lembra que devemos refletir sobre os obstáculos e caminhos possíveis para um debate mais informativo sobre o tema, começando por um conjunto de atitudes individuais e coletivas, como educação sexual integral, espaços de escuta e diálogo sem julgamentos, atuação da mídia e cultura mais realistas, autoconhecimento e autonomia sexual.

“Para mudar isso, é preciso estimular o diálogo, promover pesquisas científicas e abordagens terapêuticas que considerem o prazer como elemento central da saúde sexual. É urgente que os espaços de cuidado, como escolas, consultórios, famílias, incluam esse debate com responsabilidade e empatia”, aconselha.

Mayumi Sato, CMO do Ysos, aplicativo para solteiros e casais que buscam encontros casuais, explica que o prazer da mulher no centro da conversa não é só uma escolha, mas é um posicionamento claro sobre o tipo de conexão que se pretende incentivar.

“Falar de prazer, especialmente do orgasmo feminino, é urgente. Existe uma enorme lacuna de informação, aliada a um histórico de repressão e vergonha. Muita gente ainda vê a sexualidade como um tema proibido ou impróprio”, enxerga.

 

Sexo, orgasmo e saúde: qual é a conexão?

O sexo, quando vivenciado com respeito, liberdade e desejo, tem impactos poderosos na saúde física e emocional. O orgasmo, por sua vez, não é só o “ponto alto” de uma relação sexual: ele desencadeia uma série de reações benéficas ao corpo e à mente.

Conforme a terapeuta sexual, Zenilce Bruno, entre os benefícios, estão a liberação de endorfina e ocitocina, hormônios que reduzem o estresse e aumentam a sensação de bem-estar, melhoria do sono e do humor, fortalecimento do sistema imunológico, e aumento da autoestima e da conexão emocional com a parceria.

“Mas tão importante quanto o orgasmo em si é o caminho até ele. Uma boa relação sexual não se mede por tempo, frequência ou número de orgasmos. Ela se define por consentimento mútuo, comunicação clara, liberdade para explorar e conexão genuína. O prazer é um direito, não um privilégio. Falar sobre orgasmo é falar sobre autonomia, saúde, prazer e dignidade”, finaliza.

 

Confira 7 tipos de orgasmo:

1.  Orgasmo sensorial sem penetração

O prazer não depende da penetração. Um orgasmo pode ser construído através de uma sinfonia de sensações: toques que arrepiam, o ritmo compassado da respiração, mordidas suaves que despertam a pele, beijos que exploram e uma massagem que mapeia cada centímetro do corpo. É um convite para desacelerar e mergulhar em um êxtase puramente sensorial.

 2. Orgasmo durante a masturbação a dois

A masturbação a dois é um ato de intimidade profunda. Enquanto cada um se explora, o olhar compartilhado cria uma ponte de eletricidade e cumplicidade. Essa troca, que dispensa o toque direto, amplifica o autoconhecimento e constrói uma tensão erótica poderosa, culminando em um orgasmo que é ao mesmo tempo pessoal e conectado.

3.  Orgasmo em ler e/ou ouvir contos eróticos

A mente é o órgão sexual mais poderoso. Ao ler ou ouvir contos eróticos, o cérebro se torna o palco principal. A imaginação, livre de barreiras físicas, constrói cenários, sensações e prazeres sem que um único toque seja necessário. É um orgasmo que nasce da palavra, da fantasia e da capacidade de se excitar com o poder de uma narrativa envolvente.

 4.  Orgasmo com brinquedos

Brinquedos eróticos são como chaves que abrem portas para sensações inéditas. De vibradores a sugadores, eles intensificam, diversificam e surpreendem. Utilizados a sós ou a dois, esses acessórios permitem explorar o corpo de maneiras novas, descobrindo caminhos para orgasmos mais potentes, localizados e, muitas vezes, inesperados.

5. Orgasmo realizando sua fantasia mais secreta

Tirar uma fantasia do plano das ideias e trazê-la para a realidade pode gerar um dos orgasmos mais libertadores. A vulnerabilidade e a excitação de viver algo há muito desejado criam uma experiência única. Encontrar parceiros que compartilham do mesmo imaginário é o que permite que o prazer flua sem amarras.

6. Orgasmo em silêncio total

Alcançar o clímax em completo silêncio é um exercício de autocontrole e introspecção. Todo o prazer que seria expresso em sons é contido, intensificando as sensações internas. É um orgasmo que explode para dentro, ideal para situações que exigem discrição, transformando o segredo em um potente catalisador.

7. Orgasmo de reconciliação

Após uma discussão, o sexo pode ser um catalisador poderoso. A tensão residual se converte em energia erótica, e o orgasmo funciona como uma descarga física e emocional. É o momento em que os corpos se reencontram antes das palavras, e o prazer atua como uma ponte para reestabelecer a intimidade, o afeto e a comunicação.

Fonte: Ysos

 

 

 

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