Ciro Gomes sobre candidatura: 'Vou cumprir a minha obrigação'

Ciro Gomes sobre candidatura: "Eu vou cumprir a minha obrigação"

Ex-governador se filiou ao PSDB e irá presidir a legenda no Ceará

No dia em que se filiou ao PSDB e foi anunciado como presidente do partido do Ceará, Ciro Gomes não confirmou se será candidato a governador em 2026, mas foi saudado pelos aliados nessa condição e discursou como quem deverá concorrer. "Candidatura ou não é o tempo que vai dizer", disse em entrevista coletiva após o evento.

"Eu já disse que pelo Brasil eu morro, mas pelo Ceará eu mato", disse no discurso, ao começar a falar sobre a questão local.

"Estou começando a estudar os problemas. Mas vocês não vão pensar que isso já é candidatura não", despistou a respeito da expectativa do público.

Em outro momento, quando fez críticas ao ministro Camilo Santana (PT) e a familiares, ele deu outro indicativo sobre candidatura, dizendo que levaria todo aquele conteúdo para a televisão.

Ele afirmou ainda que o impacto da derrota de 2022 foi duro para ele. "Se o juízo mandasse em mim, eu não seria mais candidato a nada". Ao mencionar a terceira colocação em Sobral naquela disputa presidencial, ele disse: "Doeu pra caramba, mas o juizo é pouco aqui. Quem manda aqui é o coração".

E concluiu com a sinalização: "Vamos trabalhar, vamos organizar, vamos preparar. Eu vou cumprir a minha obrigação".

Na coletiva de imprensa, ao final do evento, Ciro elencou problemas que vê hoje no Estado e abriu uma nova reflexão sobre se candidatar. "Eu tenho que pensar mil vezes se eu sou capaz mesmo de resolver essa pendência. E é que eu vou fazer aos próximos meses", disse.

Tempo de alianças

Após o discurso no evento, Ciro concedeu entrevista coletiva, onde disse que o tempo irá dizer se será ou não candidato, mas que agora o momento é outro.

"Candidatura ou não, é o tempo que vai dizer. Agora o que importa para nós é construir um amplo leque de alianças, provocar um debate que traga a universidade, que traga a cultura livre para discutir, porque os problemas são gravíssimos. O Ceará é o terceiro estado mais violento do país. Um promotor de justiça, responsável e sério que eu sei e conheço, afirma nos jornais e, portanto, ele deve estar investigando, que o Ceará tem mais de 50 políticos envolvidos no facção criminosa, então ele deve saber do que está falando", afirmou.

Preferência por Roberto Cláudio

Ele afirmou, como em outras ocasiões, que preferiria o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (sem partido), como candidato a governador.

"Se dependesse do meu gosto, ele tem todos os dotes que eventualmente sua generosidade me atribui, mas tem um que eu não tenho mais, que é a juventude, a garra o tesão", disse arrancando risos. "Foi ele que falou primeiro", devolveu sobre menção ao assunto feita minutos antes por RC.

"Tá pronto para ser o grande governador que o Estado do Ceará pode ter. O mais preparado, o mais pronto e acabado quadro para qualquer tarefa", acrescentou sobre o amigo.

Próximos passos

O ex-governador disse que não é o momento de definir uma possível candidatura e sinalizou o que acredita ser a tarefa atual: "Nós precisamos construir um projeto para o futuro do Ceará".

E fez alusão à expressão que marcou o ciclo liderado por Tasso e por ele: "Tempo de mudança, é a palavra, está se aproximando para o Ceará". As administrações lideradas pela dupla ficaram marcadas como "Governo das Mudanças", no que se convencionou chamar de projeto mudancista.

Ataques

Ciro fez ainda alusão a um possível companheiro de chapa. Ao saudar o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL), lembrou da indicação pelo partido para que seja candidato a senador. "Eu acho bom, acho muito bom, porque você  tem currículo".

Aproveitou, então, para criticar os adversários. "O outro lado, aproveitando a prepotência, para ser candidato a senador tem de ter folha corrida".

Ele mencionou então dois prefeitos afastados devido a acusações: Bebeto Queiroz, de Choró, e Braguinha, de Santa Quitéria. Ele bateu bastante no PSB, partido de ambos e cujo principal líder é o irmão dele, senador Cid Gomes.

Em meio a referências pessoais, ele avisou: "Eu vou tirar tua máscara, Camilo Santana".

Gratidão ao povo

Por diversas vezes, após a última eleição presidencial, Ciro disse ter sido o resultado no Ceará a maior humilhação que passou na carreira, tendo ficado em terceiro lugar em todos os municípios do Estado. Citando o fato, desta vez Ciro ressaltou que o sentimento é de gratidão e que entendeu não ter sido culpa da população.

"Tudo que eu fui, a pessoa, a projeção nacional que eu consegui também, eu devo ao povo cearense. Devo ao povo cearense também a maior humilhação que eu passei na minha vida, que eu compreendo, não é culpa do povo. Eu fui vítima da mais pura ingratidão e traição por pessoas que eu ajudei a formar, preparar, apresentar para vida pública. Tendo corrido todos os riscos, sofrido desgastes que eu nunca tinha tido antes, mas o povo cearense merece de mim, tudo", afirmou durante a coletiva de imprensa, ao final do evento.

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