Guimarães diz que PT nacional "não abre mão" da pré-candidatura dele ao Senado
Petista tem afirmado que não pretende recuar da postulação para a corrida senatorial, e já prometeu, se necessário, disputar voto a voto dentro do partido
Líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) afirmou que o PT nacional não recuará da pré-candidatura dele ao Senado pelo Ceará. A declaração foi dada na última quinta-feira, 18, ao correspondente do O POVO em Brasília, o colunista João Paulo Biage.
“O PT nacional não abre mão da minha pré-candidatura ao Senado. Evidentemente, toda eleição no Ceará, olha a tensão que teve na última para o Elmano de Freitas sair candidato, negociaram comigo, com a Luzianne Lins e tudo. Então, eu acho que nós chegaremos a um acordo”, disse.
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Guimarães mencionou que ainda não houve uma manifestação pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema, mas citou pesquisa em que apareceu em terceiro lugar nas intenções de voto no cenário estimulado. “Não tive, veja bem, nenhuma declaração ainda do Lula, que logo vai ter, (mas) eu reapareci numa pesquisa anteontem (com) 24,5%", comentou.
O deputado se refere à pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, divulgada na última terça-feira, 16, em que ele obteve 24,3% das intenções de voto, ficando atrás do deputado federal Eunício Oliveira (MDB), com 37,3%; e do senador Eduardo Girão (Novo), com 28,8%.
"Não tem ninguém lá no Ceará, para você saber, mais comprometido com esse projeto do que o José Guimãraes. Sabe por quê? Porque eu faço duas coisas, que é central da política. Eu, no meu caso: Cuidar do governo, não da institucionalidade, mas eu cuido do PT", continuou Guimarães.
Na ocasião, o líder enfatizou a própria trajetória no partido. “Nem todo mundo cuida do PT. É uma coisa que eu gosto, faz parte da minha vida e ninguém pode me tirar esse imperativo, que fez da minha vida pública no Ceará um militante petista antes de ser deputado federal. Por isso, que o PT do Ceará me ama".
Camilo falou sobre cobrança para "dividir espaços"
A declaração de Guimarães ocorre após o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), dizer que o arco de aliança do governismo no Estado é amplo, o que faz com que a principal "preocupação" para as eleições de 2026 sejam as duas vagas senatoriais e a escolha dos nomes que disputam essas indicações.
"Temos um arco de aliança muito grande e claro que tem pessoas no nosso partido que querem ser candidatos a senador, do próprio PT. Só que os nossos aliados chegam para a gente e dizem: 'Olha, o candidato a presidente já é do PT, nós vamos apoiar. O candidato a governador já é do PT, nós já vamos apoiar. Poxa, vamos dividir os espaços'", declarou o ex-governador em entrevista ao O Globo.
"Tem candidato do MDB, do PSD, do PT, do Republicanos que querem estar na chapa. Na hora certa nós vamos resolver", despistou Camilo. A referência à pré-candidatura petista é a de Guimarães, que já assegurou não recuar e, se necessário, até disputar a postulação dentro do partido.
Quem são os pré-candidatos ao Senado pela base governista?
- Chagas Vieira (sem partido) - secretário da Casa Civil
- Chiquinho Feitosa (Republicanos) - presidente do Republicanos
- Cid Gomes (PSB) - senador em exercício, que já afirmou não querer disputar, mas é cogitado entre aliados
- Eunício Oliveira (MDB) - ex-senador e atualmente deputado federal
- José Guimarães (PT) - deputado e líder do governo Lula
- Júnior Mano (PSB) - deputado federal
- Luizianne Lins (PT) - deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza
- Moses Rodrigues (União Brasil) - deputado federal
- Domingos Filho ou Patrícia Aguiar - secretário de governo e prefeita de Tauá, respectivamente; e líderes do PSD no Ceará