Operação investiga o descumprimento de bloqueio de contas bancárias no Ceará
PF e CGU apuraram o descumprimento de medidas judiciais determinadas em julho, na Operação Underlayer. Ação inicial teve como alvo políticos cearenses
A Polícia Federal (PF) deflagrou, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), nessa quinta-feira, 30, a Operação Underlayer, um desdobramento da Operação Underhand, para apurar o descumprimento de medidas judiciais de bloqueio de contas bancárias no Ceará por parte de investigados ligados a esquema de desvio de recursos públicos relacionados a emendas parlamentares. Os crimes investigados incluem peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Ceará, nas cidades de Canindé, Eusébio e Fortaleza. Também foram cumpridos uma intimação para pagamento de fiança como medida cautelar substitutiva da prisão e três mandados de busca pessoal.
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Foi determinado o bloqueio complementar de contas bancárias utilizadas para movimentações financeiras em desacordo com decisão judicial anterior.
As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após ter sido registrada a movimentação de aproximadamente R$ 1,5 milhão em contas abertas após a ordem de bloqueio emitida na fase anterior da investigação, deflagrada em julho. Ainda segundo a PF, os valores têm origem em repasses de recursos públicos federais.
Desdobramento de operação
A ação é um desdobramento da operação Underhand, deflagrada em julho deste ano. A investigação foi realizada com o objetivo de apurar a atuação de uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de emendas parlamentares.
Entre os alvos da operação, estavam o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) e o prefeito Carlos Alberto Querioz, o Bebeto do Choró (PSB), foragido há dez meses.
Na época, os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão contra o deputado em mais de uma localidade, incluindo o apartamento funcional que o parlamentar tem em Brasília, a residência no Ceará e o gabinete dele na Câmara dos Deputados. Mano nega qualquer envolvimento com as práticas citadas na investigação.
Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Brasília, no Distrito Federal, e no Ceará, nas cidades de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. Também foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas.
As condutas investigadas envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.
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