Celso Vilardi: quem é o advogado de Bolsonaro e casos anteriores

Celso Vilardi: conheça o advogado de Bolsonaro e seus casos anteriores

Responsável pela defesa de Bolsonaro no julgamento do STF, também atuou na representação de investigados em casos como o Mensalão e Lava-Jato

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, também chamado de “julgamento da década”, teve início na terça-feira, 2.

Os acusados são os principais nomes envolvidos numa tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, que procurava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia anterior, quatro defesas foram ouvidas, entre elas, a de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, citado na última sessão.

A defesa de Bolsonaro é composta pelos advogados Saulo Segall, Paulo da Cunha e Celso Vilardi, o coordenador da equipe. Ela foi a segunda apresentada na sessão de hoje, 3, com as de outros três réus.

Celso Vilardi: quem é?

Celso Vilardi é advogado, criminalista e professor do curso de pós-graduação em Direito Penal Econômico na Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV Law). Além de fazer parte do grupo de defesa do ex-presidente, como coordenador, desde janeiro deste ano.

Na sua entrada no caso, causou desconfiança entre aliados de Bolsonaro por entrevistas que cedeu antes, nas quais elogiava a investigação da Polícia Federal sobre a tentativa do golpe de Estado de 2022.

Uma das entrevistas que geraram mais receio sobre a sua defesa foi uma que fez para a revista Veja, em novembro do ano passado, quando a Polícia indiciou o ex-presidente. Segundo ele, havia “indícios consistentes” contra Bolsonaro.

Mesmo com a fala sobre a existência de indícios contra seu cliente, sempre ressaltou que “a condenação exige certeza”, como dito em entrevista à Jovem Pan, antes de assumir o caso.

Além disso, foi um dos quase 700 advogados e profissionais jurídicos que assinaram, em 2020, um manifesto contra a postura de Bolsonaro sobre as instituições de saúde e omissão em relação à pandemia de Covid-19. O “Basta!”, organizado por juristas, afirmava que a sua atitude era um ataque aos Poderes da República.

Após avaliação da trama, sustenta que Bolsonaro não participou da sua articulação.

Vilardi também atuou na defesa de figuras envolvidas em casos como o Mensalão, Lava-Jato e a crise das Lojas Americanas. Defendeu Eike Batista, empresário envolvido na operação Lava-Jato; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, no caso do Mensalão; Lojas Americanas, sobre a sua crise relacionada à fraude contábil, por exemplo.

Celso Vilardi: defesa no julgamento de Bolsonaro

O advogado defendeu que ex-presidente é inocente na segunda sessão do julgamento do STF.

Confira seus argumentos:

  • Bolsonaro foi “dragado para esses fatos”: Mauro Cid foi "dirigido" e "induzido" a o inserir em um golpe;
  • O ex-presidente não participou da tentativa do Golpe, além de não ter incitado movimentos golpistas ou atos violentos: segundo Vilardi, as medidas discutidas pelo “núcleo crucial” estavam previstas na Constituição;
  • Cid mentiu e “não é confiável”: o ex-ajudante teria mudado versões em julgamentos;
  • Bolsonaro conversou com a alta patente militar sobre a possibilidade de decretar operação na qual as Forças Armadas atuam para restabelecer a ordem: “o assunto (decreto da Garantia de Lei e da Ordem) foi encerrado na conversa de sete de dezembro”, declara;
  • A defesa não pôde analisar todos os elementos: o processo do STF foi rápido, sem acesso às provas e curto prazo de estudo;
  • Não há provas que liguem Bolsonaro aos atos do 8 de janeiro ou tentativa de golpe: “essa minuta, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente (ex-presidente Bolsonaro) à Operação Luneta, ao Punhal Verde e Amarelo e ao 8 de janeiro”, conclui;
  • Uma pena de 30 anos não seria razoável: pediu pela absolvição do ex-presidente.

As próximas sessões do julgamento serão na semana que vem, a partir de terça-feira, 9, pela manhã e tarde. Após as defesas dos réus nos últimos dois dias, retornará com o parecer de Alexandre de Moraes e o voto dos ministros da Primeira Turma do STF.

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