Caiado: União Brasil cobrará saída de filiados do governo Lula e discutirá posição no Ceará
Durante agenda em Fortaleza, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), elogiou Roberto Cláudio e Ciro Gomes e disse estar trabalhando para reverter o tarifaço imposto pelo governo Trump aos produtos brasileiros
15:12 | Ago. 06, 2025
Em passagem por Fortaleza nesta quarta-feira, 6, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), adiantou que o partido exigirá que todos os filiados que ocupem cargos no Governo Lula (PT) se afastem das funções até a data da próxima reunião da Executiva nacional, marcada para 19 de agosto, quando será formalizada a federação com o Progressistas (PP).
"Em termos de política da Nacional, afastamento definitivo da base do governo em qualquer cargo que venha a ocupar, até o dia da nossa próxima reunião em agosto", afirmou ao O POVO, adiantando ser uma definição conjunta, tomada pelos membros da Executiva do partido - da qual faz parte - juntamente com o presidente do União, Antônio Rueda.
O gestor de Goiás explicou que a determinação também deve se estender ao PP, mas que é algo que será definido em conjunto na federação. Caiado é pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026.
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Ceará
A criação da federação entre as siglas gera dúvidas sobre o posicionamento em relação ao governo Elmano (PT), no Ceará. Enquanto o Progressistas se coloca, atualmente, na base do governo petista, grande parte do União Brasil atua como oposição, apesar de uma ala - ligada ao prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa (UB) - ser próxima ao governo.
Para Caiado, não cabe opinar sobre questões estaduais. "Cabe a mim respeitar aquilo que nós deliberamos, ou seja, que todas as decisões conflituosas nos estados devem passar pela executiva. Então, não é uma decisão pessoal de A ou de B, elas serão da executiva", explicou o governador de Goiás.
Ciro e Roberto Cláudio
Com a iminente chegada ao partido do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o convite realizado para que o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, desembarque no União, Caiado evitou adiantar decisões, mas ressaltou ter grande respeito pela dupla.
"Roberto foi meu colega deputado, tá certo? Eu tenho uma ligação enorme com ele. O Ciro foi meu colega deputado federal. Nós convivemos muito juntos. Eu tenho um respeito enorme pela trajetória do ex-governador, do ex-deputado, colega meu, o Ciro Gomes. Agora eu não posso avançar essa posição porque eu não tive ainda a oportunidade e nem quero fazer, tá certo? Primeiro, quero ter a oportunidade de poder sentar e conversar com eles, mas não posso adiantar uma decisão", explicou.
O governador destacou não ter participado das negociações com os políticos cearenses. "Eu não participei de nenhuma conversa nesse sentido, que deve estar sendo preparada aqui pelo Capitão Wagner, pelo Roberto (Pessoa) e pelas lideranças do partido aqui no Estado do Ceará", acrescentou.
Tarifaço
Com o início do tarifaço americano a uma série de produtos brasileiros, nesta quarta-feira, 6, Caiado voltou a criticar a medida.
"Minha posição é totalmente contra o tarifaço. Desde o primeiro minuto, eu cancelei uma missão que eu fazia no Japão e voltei no momento que fui informado sobre o tarifaço. A minha posição sempre foi muito clara, 100% contra. Penaliza, sim, o estado de Goiás, principalmente no setor de carnes, setor de açúcar orgânico, como também para vocês, que é muito mais na área de pescado".
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Ele afirmou estar trabalhando para tentar reverter a posição do governo dos Estados Unidos. "Eu tenho trabalhado fortemente junto ao responsável da área de negócios, que representa hoje a embaixada americana, que é o senhor Gabriel Escobar. Tenho falado com ele sucessivas vezes, para que realmente reveja essa posição, porque é uma posição que não tem porque atingir a economia brasileira, já que existe um problema de desentendimento do ponto de vista de ideológico entre o Lula e o presidente Trump", destacou.
E continuou: "Quando se governa um país, não se governa por ter simpatia ideológica de um ou de outro, se governa pensando no mercado nacional, na proteção da economia e não com provocações feitas ao governo americano, tentando, dizendo que vai desdolarizar, dizendo que a postura dele é de imperador. Ou seja, são posições afrontosas que não levam a nada, tá certo?", concluiu.