Glêdson sobre relação com Elmano: 'Contra ele não tenho nada, mas infelizmente os aliados...'

Glêdson sobre relação com Elmano: 'Contra ele não tenho nada, mas infelizmente os aliados...'

Apesar de ser parte da oposição ao PT, o prefeito relatou que as conversas diretas com o governador ocorrem com mais frequência; Bezerra também projetou sua atuação nas eleições de 2026

O prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), afirmou não ter nada pessoal contra o governador Elmano de Freitas (PT), mas reclamou do comportamento de aliados do petista. Em entrevista à Rádio O POVO CBN, na manhã desta terça-feira, 5, Bezerra falou ainda das intenções políticas para 2026 e dos embates jurídicos que tem tido para conter pedidos de cassação.

Nada contra Elmano

Glêdson afirmou que ser um prefeito no campo de oposição tem sido um desafio ainda maior do que ser prefeito de uma cidade do porte de Juazeiro do Norte. Ele disse ter tido uma franca conversa com Elmano, onde deixou claro não haver problemas pessoais com o governador.

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"Particularmente contra ele eu não tenho nada, mas infelizmente seus aliados, por questões de interesses próprios, fizeram com que houvesse um distanciamento, acabou sendo um distanciamento institucional entre a Prefeitura de Juazeiro e o Governo do Estado, o que é muito ruim para todos nós", lamentou.

Segundo Bezerra, a oposição à sua administração na região do Cariri apostou no desgaste institucional durante o primeiro mandato, para prejudicar a tentativa de reeleição. O prefeito conseguiu a reeleição no ano passado, em disputa contra Fernando Santana (PT).

Relação

O prefeito afirmou que, desde a última reunião, tem mantido contatos diretos com o governador Elmano, o que tem ajudado a destravar recursos importantes para o município. Dentre esses recursos, está a verba para conclusão do Memorial Padre Cícero.

"Espero que essa história da cordialidade se transforme em resultados, em entregas. Recentemente, nós passamos a ter conversas diretas, eu enviando mensagens para ele (Elmano), fazendo uma ligação telefônica. Por conta desses contatos diretos, foi possível destravar recursos, como por exemplo para a conclusão do Memorial Padre Cícero, uma obra que já se arrastava há mais de cinco anos. Entrei em 2021 e o memorial já estava fechado para reforma", lembrou.

Para Glêdson, a disputa eleitoral deve ser encarada como um período à parte, hoje todos devem ser ajudar para fazer uma boa gestão para a população de Juazeiro e do Ceará.

Pretensões para 2026

Glêdson afirma não ter intenção de concorrer a um novo cargo nas eleições do ano que vem. "A minha intenção é concluir o meu mandato. Eu peguei um primeiro governo com muitos desafios, e a gente sabe o tanto que a gente evoluiu, o tanto que a gente avançou. E eu tenho absoluta certeza de que eu dando continuidade ao que nós trabalhamos no decorrer desses próximos quatro anos, Juazeiro vai dar um salto gigantesco", explicou.

Para o gestor, o papel agora é concluir o segundo mandato e reunir forças de oposição. "Eu entendo que eu tenho uma missão e eu preciso concluir esse governo. Agora, eu quero participar ativamente das eleições do próximo ano e quero compor, quero tentar juntar um grupo de pessoas, respeitadas as suas divergências e particularidades, que a gente esteja em um campo de oposição ao atual governo federal e do Estado, e que a gente possa lançar nomes que tenham viabilidade eleitoral", adiantou.

Questionado sobre como enxerga seu papel para as eleições de 2026 no Ceará, Bezerra afirma que buscará ser uma referência na região, que costumeiramente dá uma grande votação ao Partido dos Trabalhadores (PT).

"Espero que eu possa ser um farol aqui na região do Cariri, e que eu possa fortalecer as candidaturas daqueles que nós vamos apoiar. O Cariri é uma região que, ao longo dos últimos anos, tem dado votações muito expressivas ao PT, muito por conta da força do Camilo Santana, e é inegável o legado que ele tem, a construção do que ele já fez, mas eu entendo também da necessidade do revezamento e das inúmeras falhas que não são apontadas", pontuou.

E continuou: "Por ora, como administrador da cidade, eu tenho sido o mais contido possível, porque eu não preciso ficar entrando em embates, pois eu tenho uma cidade para administrar, mas, no momento oportuno, eu quero poder ser esse farol para iluminar, tentar criar as condições necessárias para que o bom debate aconteça, poder abrir a mente de muita gente e, quem sabe, conseguir eleger as pessoas em que vamos apoiar, no campo da oposição", argumentou.

Imbróglios jurídicos

Na entrevista, Bezerra lamentou os constantes embates jurídicos que vêm sendo travados durante sua administração, que já teve determinada cassação, depois sendo revertida, gerando uma sensação de insegurança jurídica.

"É bem complexo, é algo ruim, mas também tem sido algo em que eu tenho me acostumado. Meu primeiro mandato inteiro eu tive que lidar com essas situações, foram três processos de cassação na (Justiça) eleitoral, depois mais três no Legislativo, fora inúmeras CPIs, então eu vivi com isso e me acostumei com essa realidade", relembrou.

Para ele, além de não poder focar 100% na administração, a batalha judicial gera medo de uma punição que seria injusta.

"Te digo que dói, bagunça para caramba, porque tem hora que você está tratando sobre a sua sobrevivência política, tem que estar reunido com advogados constantemente. Uma inelegibilidade política de oito anos seria algo muito ruim para a história de uma pessoa que preza pela seriedade, pela honestidade, pela aplicação correta dos recursos públicos. Seria até uma injustiça muito grande e, quer queira ou não, isso ocupa a mente da gente e eu gostaria muito de poder me dedicar, em poder fazer gestão", explicou.

Glêdson disse ainda que a sua forma de gerir faz com que haja mais dificuldade em administrar o município. "Eu pago um preço por isso. Não cedo a pressões, trabalhamos com muita seriedade, com muita humildade, com respeito. Isso é determinante, nós temos feito uma administração austera, e a busca da eficiência, a busca por mudar o nosso plano diretor, a busca por abertura de vias, a busca por captação de novos investimentos", avaliou.

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