Juiz decide cassar Roberto Filho, prefeito de Iguatu, que pode recorrer
A decisão condena também o vice-prefeito. Eles foram considerados responsáveis por terem praticado ou se beneficiado de condutas criminosas
A Justiça Eleitoral decidiu pela cassação, nesta sexta-feira, 11, do diploma do prefeito de Iguatu, Roberto Filho (PSDB), e o declarou inelegível por oito anos por suposta prática e abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio.
A decisão foi de Carlos Eduardo Carvalho Arrais, juiz da 13ª Zona Eleitoral de Iguatu, município distante 388,82 km de Fortaleza. Além do prefeito, o vice-prefeito Antônio Ferreira de Souza, conhecido como Francisco das Frutas, também foi cassado e declarado impossibilitado de concorrer a cargos eleitorais.
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O prefeito ainda pode recorrer e, até a confirmação por instância superior, deve seguir no cargo. O POVO procurou a assessoria de Roberto Filho e atualizará o material quando houver retorno.
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Outras duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF) em inquérito que apura supostos crimes eleitorais e associação criminosa. As investigação relevaram o suposto uso de um comitê eleitoral paralelo e clandestino, operado por Márcia Rúbia Batista Teixeira, advogada que teria intermediado a compra de apoio de um líder de facção criminosa por 10 mil reais e o pagamento irregular de militantes.
Prefeito de Iguatu foi indiciado pela PF
A PF e a Polícia Civil do Ceará apuram se os investigados buscaram "contratar os serviços" da organização criminosa para obter vantagens eleitorais. Foi aplicada uma multa no valor de R$ 30.000 cada um dos investigados
O relatório da PF diz haver "indícios consistentes de despesas não identificadas no Processo de Prestação de Contas da campanha de 2024", o que configuraria a prática de "Caixa Dois". Afirma ainda haver, dentre as evidências que sustentam essa imputação, a aquisição e distribuição de camisas de campanha que não foram devidamente registradas na prestação de contas.
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Além disso, a PF diz haver declarações e imagens de câmeras de segurança que indicam a aquisição e entrega dessas camisas no escritório da advogada Márcia Rúbia Batista Teixeira (também indiciada), com a presença do próprio Roberto Filho em algumas ocasiões.
Também há relatos de pagamentos em espécie a coordenadores e ativistas da campanha que não foram localizados na prestação de contas oficial. Depoimentos indicam que esses pagamentos eram feitos em um escritório associado à campanha, mas que não era o comitê oficial, e que nem todos os valores ou pessoas pagas foram declarados ou receberam recibo. O inquérito aponta a existência de um "esquema de gastos eleitorais não declarados".