Após polêmica, Técio Nunes deverá tirar licença da direção do Psol Fortaleza
Decisão "já é um ponto pacificado", segundo o presidente estadual do partido, Alexandre Uchôa
O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) do Ceará decidiu adiar, durante reunião realizada neste sábado, 15, em Fortaleza, a definição sobre permitir ou não dirigentes da sigla de participarem do governo municipal. Ficou estabelecido que caberá aos diretórios municipais do partido deliberar, com um prazo de 30 dias a partir deste dia 15. O assunto será retomado em próxima reunião do Psol do Ceará.
No entanto, antes da reunião, o presidente do Psol Ceará, Alexandre Uchôa disse ao O POVO que já havia uma decisão "pré-estabelecida" de que o ex-candidato às eleições de 2024, Técio Nunes (PSol), se licenciaria da direção do partido para assumir como titular da Coordenadoria Especial de Políticas sobre Drogas na gestão de Evandro Leitão (PT). Técio foi nomeado ao cargo em janeiro de 2025.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"O que tem já pré-estabelecido como um acordo, inclusive com o Técio, que tá na coordenadoria da prefeitura, é que há disposição dele de tirar a licença do cargo para que não haja um conflito direto, de certa forma, de dirigir o partido e estar na gestão", explica Uchôa.
Segundo o presidente do Psol Ceará, a decisão "já é um ponto pacificado". "De fato, ele já estava se preparando pra fazer essa transição, então ele vai ficar licenciado do cargo como presidente municipal do Psol Fortaleza", acrescenta. E aponta ainda: "ainda há um um processo que a gente precisa fazer, quem vai substituí-lo nessa tarefa".
Leia mais
-
PSOL vai ao STF contra resolução do Congresso que regulamenta emendas parlamentares
-
Crise no Psol: em reação a Técio, parlamentares tentam atrair filiados para "resgatar" sigla
-
Em meio à polêmica com Técio, Evandro nomeia presidente Psol Ceará para cargo na Prefeitura
-
Psol permite que Técio siga na direção da sigla, mesmo compondo gestão Evandro; oposição contesta
-
Técio considera "desproporcional" reação de colegas do Psol por assumir cargo na gestão Evandro
O próprio Alexandre Uchôa também foi nomeado para atuar na Prefeitura de Fortaleza, diretamente. Ele assumiu o cargo de coordenador de assessoria técnica no gabinete do prefeito.
Ainda em janeiro de 2024, a Comissão Executiva Estadual do Psol havia decidido autorizar a participação de filiados da sigla na gestão de governos municipais de esquerda no Estado.
A deliberação ocorreu por conta do caso de Técio e de Zuleide Queiroz (Psol), que assumiu a Secretaria de Direitos Humanos do Crato, distante 538 quilômetros de Fortaleza.
Membros do partido, participantes da corrente chamada Insurgência Reconstrução Democrática, dentre eles o deputado estadual Renato Roseno e o suplente de vereador e ex-presidente da sigla Ailton Lopes, publicaram um manifesto nas redes sociais cobrando que Técio deixasse a direção do partido, em cumprimento a uma resolução nacional da sigla.
A norma indica o afastamento de todas as instâncias superiores do partido caso haja nomeação para cargo em gestão de outro partido. Na época, Técio considerou as críticas desproporcionais, mas falou que aceitaria a determinação que viesse do diretório estadual.