Limoeiro do Norte: população come pizza enquanto vereadores arquivam denúncia contra prefeito

O prefeito José Maria Lucena (PSB) não faz aparições públicas desde janeiro deste ano e população protesta por votação "terminar em pizza"

Enquanto os vereadores Câmara Municipal de Limoeiro do Norte, distante 202 km de Fortaleza, votavam pelo arquivamento de denúncia contra o prefeito José Maria Lucena (PSB) - acusado de ter "sumido" da gestão -, pessoas do lado de fora do local comiam pizza.

A cena é uma critica por parte da população pelo termo "terminar em pizza", que faz referência a algo que termina sem conclusão.

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Nesta quinta-feira, 21, os parlamentares rejeitaram acatar a denúncia contra o atual gestor, que não faz aparições públicas há oito meses, por 9 votos contrários, 4 a favor e 1 abstenção. Está é a segunda vez que o pedido é rejeitado na Câmara.

O POVO testemunhou a situação em Limoeiro do Norte, em matéria assinada pela jornalista Júlia Duarte.

Leia aqui: Sussurros, desconforto e salas vazias: um dia na cidade em que ninguém vê o prefeito.

A denúncia foi apresentada pelo vereador Cabo Rubem (PL). Com base em regras legais e regimentais, o autor da denúncia teve de se afastar durante a votação, dando lugar ao suplente, Sérgio Murilo.

Eram necessários 8 votos, entre os 15 vereadores, para que a denúncia fosse aceita e processo que poderia levar à cassação do prefeito, aberto.

Prefeito "sumido"

Lucena não faz aparições públicas há oito meses. A última vez, conforme a oposição, foi em 12 de janeiro. O prefeito está em tratamento de saúde. O cargo, todavia, não foi transferido à vice, Dilmara Amaral (PDT). Ela e o prefeito romperam.

O prefeito passa por procedimentos de hemodiálise às terças, quintas e sábados. Entre o fim de julho e o começo de agosto, técnicos do Ministério Público (MPCE) comparecem à sede da Prefeitura de Limoeiro do Norte à procura do prefeito José Maria Lucena (PSB) durante pelo menos seis dias. Em visitas diárias no período da manhã e da tarde, os funcionários do órgão não conseguiram localizar o gestor.

As visitas fazem parte do processo do MP para apurar “suposta ausência e/ou falta de condições físicas do prefeito para exercer suas atribuições”.

Foram realizadas três audiências para as quais Lucena foi intimado. Na primeira, em março, ele participou de forma virtual. Em duas audiências posteriores, em agosto e setembro, o prefeito apresentou atestado médico para não comparecer.

O prefeito é alvo de uma investigação do Ministério Público em um procedimento criminal. A denúncia, inicialmente focada apenas na ausência, evoluiu para uma suspeita de que, na vacância do prefeito, a função estaria sendo exercida por terceiros. A apuração foi remetida à Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap).

Após a ausência na audiência do início deste mês, a 1ª Promotoria de Justiça de Limoeiro do Norte informou ao O POVO que iria mover ação de dano ao erário para pedir a devolução do salário pago ao gestor pelo menos desde fevereiro, quando o prefeito, como apontado dentro da investigação, deixou de frequentar o Município.

Na lei orgânica do Município, há uma previsão sobre afastamento e licenciamento do chefe do Poder Executivo, não podendo, sob pena de perda de mandato, ausentar-se do município por prazo superior a quinze dias, sem prévia licença da Câmara, na conformidade do artigo 37, § 9.º da Constituição Estadual.

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