Blogueiro cearense resistiu à prisão no Paraguai e estava sujo de lama e sangue

O jornalista, foragido desde o início do ano, foi localizado nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do país

Wellington Macedo, blogueiro cearense condenado por tentar explodir uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília, resistiu à prisão realizada nesta quinta-feira, 14, no Paraguai. Segundo informações do Correio Braziliense, ele estava sujo de lama e sangue quando foi apresentado à delegacia. O jornalista, foragido desde o início do ano, foi localizado nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do país.

A prisão ocorreu em coordenação com a Polícia Nacional e o Departamento de Migração do Paraguai, por meio de colaboração internacional entre as autoridades brasileiras e paraguaias e chancelarias e ministérios da Justiça e Interior. Ele foi entregue às autoridades brasileiras ainda nesta quinta à tarde, na Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao país, pelo município de Foz do Iguaçu, no Paraná, à Cidade do Leste. 

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Além dele, um outro homem foi preso suspeito de ter atuado nos atos antidemocráticos do dia 8/1. Trata-se do radialista Max Pitangui. Ele era procurado desde 15 de dezembro, quando a Polícia Federal realizou uma operação contra bolsonaristas radicais suspeitos de organizar os ataques. Os dois estavam no Paraguai com mandados de prisão em aberto, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Mesmo foragido desde o início do ano, Wellington foi condenado a seis anos de prisão em regime fechado e multa de R$ 9,6 mil. A sentença foi em razão de o cearense tentar explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal do ano passado.

O cearense participou da tentativa junto de George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, estes dois já presos com penas de nove anos e quatros meses e cinco anos e quatro meses, respectivamente, ambos em regime inicial fechado.

O explosivo foi colocado em um caminhão de combustíveis, porém o motorista identificou a carga desconhecida antes que pudesse haver a detonação. Wellington foi localizado pois ele usava tornozeleira eletrônica e portanto foi rastreado.

Ele havia sido deito pela polícia em 2021 por estimular manifestações antidemocráticas no 7 de setembro daquele ano, mas liberado para usar a tornozeleira eletrônica. O cearense quebrou o objeto dois dias após a tentativa de explosão e também estava incluído na lista de procurados da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

 

Blogueiro cearense preso: tentativa de entrar em evento com presidente do Paraguai e Lula

Em agosto, o blogueiro cearense tentou se credenciar para cobrir a posse do presidente do Paraguai, Santiago Peña, na capital Assunção. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos convidados da solenidade.

Na solicitação para participar do evento, Wellington se inscreveu como jornalista independente do El Pueblo Podcast. A delegação brasileira avisou às autoridades paraguaias que negaram o acesso do bolsonarista e o envio de credencial.

Choro durante depoimento à Justiça

Durante depoimento prestado à Justiça em julho, o blogueiro cearense afirmou, às lágrimas, ter dado "graças a Deus pela bomba não ter explodido". Wellington Macedo também declarou ser evangélico desde criança e que, desde os acontecimentos, passou a “orar muito”.

“Queria ver o que tinha acontecido. Peguei o carro e voltei ao local para ver, eram 8 horas da manhã. Só ia acreditar se visse a polícia no local e vi muita polícia no local. Dei graças a Deus daquilo não ter explodido. Voltei para casa sem saber o que fazer”, afirmou, chorando.

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