Lula sinaliza quem deve ser o escolhido para Defesa e Mourão aprova

O general da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente e senador eleito pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, afirmou nesta terça-feira, 29, que Múcio "será um nome positivo" para o posto

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro e indicou que vai convidá-lo para comandar o Ministério da Defesa a partir de 2023. O encontro ocorreu na segunda-feira, 28. A intenção do governo eleito é que o nome do ministro da Defesa e dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica sejam anunciados até a próxima semana.

O general da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente e senador eleito pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, afirmou nesta terça-feira, 29, que Múcio "será um nome positivo" para o posto.

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"Tenho muito apreço e respeito pelo ministro Múcio, com quem tive excelente relação quando ele estava no TCU. Julgo que será um nome positivo para o cargo", afirmou o vice do presidente Jair Bolsonaro (PL). O tom do general contraria o discurso agressivo de bolsonaristas radicais, que têm pregado contra a eleição de Lula e pedido intervenção para que o petista não assuma.

Mourão também minimizou o fato de o comando da Defesa ficar pela primeira vez com um civil em mais de quatro anos. A tradição dos governos do PSDB e do PT era que civis comandassem o ministério, mas desde fevereiro de 2018, quando o então presidente Michel Temer (MDB) escolheu o general Joaquim Silva e Luna para a pasta, o ministério sempre foi chefiado por militares. "Tivemos inúmeros civis como ministros", declarou o senador eleito.

Eleito cinco vezes deputado federal por Pernambuco, Múcio foi ministro das Relações Institucionais de 2007 a 2009, no segundo mandato de Lula, e é elogiado pela capacidade de articulação política. Lula enfrenta muitas dificuldades de relacionamento com a cúpula militar e Múcio tem ótimo trânsito nas Forças Armadas.

Os militares ganharam protagonismo político sob Bolsonaro. Além do Ministério da Defesa, integrantes das Forças Armadas chegaram a comandar Saúde e Minas e Energia, sem contar estatais, como Correios e Petrobras.

Desde o fim do período eleitoral, bolsonaristas radicais estão acampados em frente a quartéis pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição do petista e intervenção militar. Em outra frente, mais de mil protestos com bloqueios de estradas foram desfeitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Diante desse quadro, os militares optaram por adotar uma postura dúbia.

Interlocutores do PT com as Forças Armadas têm defendido que a definição do ministro da Defesa seja uma das primeiras a serem anunciadas. A avaliação é que a definição de um porta-voz para a área ajudaria a construir um diálogo com os militares, poderia servir para acalmar os setores mais radicais e jogaria as discussões sobre a área para "o futuro", evitando que os atuais comandantes das três Forças Armadas e o atual ministro da Defesa de Bolsonaro ditassem os rumos.

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