Aliados de Bolsonaro montam "QG do golpe" em Brasília; Girão esteve no local

Senador cearense participou de reunião com o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) insatisfeitos com o resultado das eleições montaram uma espécie de "QG do golpe" na residência onde funcionou o comitê de campanha do então candidato à reeleição, no Lago Sul de Brasília. O senador cearense Eduardo Girão (Podemos) esteve no local na última quinta-feira, 17. As informações foram divulgadas pelo colunista Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles, e confirmadas pelo O POVO

O imóvel virou um ponto de apoio para reuniões e encontros a portas fechadas de apoiadores do presidente que estudam estratégias para questionar a legitimidade das urnas eletrônicas. O movimento é coordenado pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que concorreu a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. 

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Deputados, senadores, ex-ministros e até integrantes das Forças Armadas foram vistos entrando e saindo do local durante a semana. O QG também teria recebido empresários do agronegócio supostamente envolvidos na organização de atos golpistas realizados em frente a quartéis do Exército, cuja pauta principal é um pedido por intervenção militar no Governo, algo expressamente proibido pela Constituição Federal de 1988. 

Os deputados Osmar Terra (MDB/RS) e Marcel Van Hattem (Novo/RS) foram até a residência na quinta-feira, 17, para participar de reunião com Braga Netto. No mesmo dia, quem também compareceu ao local foi o senador Eduardo Girão. O político cearense, inclusive, foi quem convidou Van Hattem para o encontro com o ex-ministro.

Auditoria das eleições

Procurado pelo O POVO, o senador, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou que esteve no QG e revelou o teor da reunião. "O encontro foi com o ex-ministro Braga Netto e com parlamentares (deputados e senadores) de vários partidos políticos sobre a auditoria do PL. Mas não tinha nenhuma novidade além do que foi divulgado", reiterou. 

Desde quando passou a dar expediente no QG, Braga Netto não conversou com a imprensa sobre o objetivo das reuniões. O entorno do ex-ministro, no entanto, comenta que ele estaria acreditando numa possível virada de mesa das eleições por meio da Justiça. A expectativa do militar teria como base auditorias do PL que apontam supostas irregularidades em urnas eletrônicas usadas no último pleito.

A legitimidade das eleições 2022 no Brasil foi atestada por auditorias de instituições independentes, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que não encontrou qualquer irregularidade no funcionamento das urnas. O Ministério da Defesa também apresentou relatório ao TSE após o pleito informando não ter identificado nenhum indício de fraude no processo eleitoral.

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