Rosa da Fonseca morre aos 73 anos em Fortaleza, vítima de câncer de ovário

A informação foi confirmada por familiares

A ex-vereadora, ex-presa política e professora Rosa da Fonseca, 73, faleceu na tarde desta quarta-feira, 1º/6, no Hospital São Carlos, em Fortaleza. A informação foi confirmada por familiares. Rosa, política histórica da esquerda brasileira e que militava no Coletivo Crítica Radical, lutava contra um câncer de ovário. 

Rosa da Fonseca teve importante participação na luta estudantil nos anos de ditadura militar no Brasil. Foi presa política e vítima de tortura antes de fundar, em 1973, o grupo Crítica Radical. Ao lado de Jorge Paiva, Célia Zanetti, Maria Luiza Fontenele e outros militantes, Rosa contribuiu para a ação e reorganização dos movimentos sociais nos últimos trinta anos de história política no Brasil.

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Rosa - que comemorou aniversário no último dia 24 de abril - também foi professora da rede municipal de Fortaleza, foi sindicalista, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, e apoiadora de destaque na administração da amiga Maria Luiza Fontenele na Prefeitura de Fortaleza.

Ela também se notabilizou, nos últimos anos, pela forte oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). No ano passado, mesmo hospitalizada, Rosa se pronunciou contra uma visita do chefe do Executivo ao Ceará. “Será que o Ceará vai receber um fascista, um assassino, um ecocida, genocida, corrupto?”, questionou. 

O vídeo foi gravado no hospital onde Rosa se encontrava internada após submeter-se a uma cirurgia. “Esse governo representa a expressão política do limite do capital”, comentou a porta-voz do movimento que defende, dentre outras coisas, o “não-voto” e a crítica ao sistema capitalista.

Livro biográfico

Em maio de 2017, Rosa da Fonseca teve sua biografia lançada pela editora Demócrito Rocha, dentro da Coleção Terra Bárbara. A obra foi escrita pelo jornalista Érico Firmo, editor-executivo do núcleo de Política do O POVO

“O livro é, na essência, uma reportagem. A partir da Rosa, mas que acaba indo além dela. Impossível falar da Rosa sem falar da ditadura, da Anistia, da reorganização dos partidos, dos sindicatos, da CUT. Dos primórdios das organizações de mulheres no Ceará. Dos governos aos quais se opôs, de Tasso Jereissati, Ciro Gomes e tantos outros. E impossível não falar de seu grupo, não falar de Maria Luiza, de Jorge Paiva, do Crítica Radical”, explicou Érico Firmo à época. 

A Coleção Terra Bárbara, publicação das Edições Demócrito Rocha, coloca nas prateleiras os perfis biográficos de personalidades locais. Já foram biografadas figuras como Moacir Lopes, Fausto Nilo, Chico Anysio, Dona Mocinha, Mário Gomes e Ednardo. O intuito é destrinchar aspectos menos conhecidos da vida de personagens que nasceram ou escolheram o Estado como casa. A coleção surgiu no início dos anos 2000 e, a cada ano, tem novos títulos lançados.

Érico Firmo diz ter empregado esforços para fazer um livro “honesto e verdadeiro sobre quem é a Rosa”. Além disso, a publicação expressa as polêmicas que marcam a existência da biografada. “Os confrontos são a tônica de sua trajetória e entendo que não seria verdadeiro abordar a história dela sem trazer esses embates e as contradições nas quais se envolveu e se envolve”, apontou o autor.

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