Vaia cearense? O que é o grito que Bolsonaro dá no fim de eventos

O presidente encerrou o evento no Ceará com um grito que tem se tornado comum para ele no Estado e em outros lugares. Será uma vaia cearense?

É quase uma marca do presidente Jair Bolsonaro (PL), quando em viagens, eventos com a população, quando quer dar um fecho menos formal e mais popular aos eventos: ele dá um grito ao microfone. Que, nas passagens do presidente pelo Ceará, logo foi reconhecida pela certa semelhança com uma sonoridade bastante familiar: estaria o presidente tentando — e não conseguindo bem — fazer uma vaia cearense? Confira uma breve coletânea de gritos que Bolsonaro já deu:

 

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A ser assim, não seria muito bem executada. Bolsonaro grita um "ihuuu!" Todo cearense sabe, a vaia tipicamente local seria expressada graficamente como "ieeeeei!" Entretanto, se fosse por um erro do presidente, não seria o maior deles. Não seria o bastante para descartar a hipótese, portanto. Embora tecnicamente falha, a cogitação de uma espécie de "homenagem" com essa marca tão própria do Estado seguiria válida.

Bolsonaro deu o tal grito no evento desta quarta-feira, 23 de março, em Quixadá. Também já havia proferido em Juazeiro do Norte, em 13 de agosto do ano passado. Na visita realizada no mês passado, em 8 de fevereiro, a Jati, Bolsonaro não deu a "vaia".

Porém, o presidente costuma dar o mesmo grito em eventos em vários outros estados, em diferentes regiões do País (veja vídeo acima). O que provavelmente indica que não, não se trata de uma homenagem ao Ceará, não é uma tentativa fracassada de usar a "vaia cearense".

Bolsonaro deu o mesmo grito em dois eventos em Tocantins na última terça-feira, 22, um dia antes da visita a Quixadá. No começo do mês, usou em São Paulo. Em fevereiro, embora não tenha gritado em Jati, ele tinha emitido o inusitado som em Pernambuco.

"É uma coisa de amor que flui do nosso coração diretamente pela nossa garganta, subindo e saindo pela boca" Max Petterson, ao definir a vaia cearense

Um indicativo sobre o significado do grito pode ser dado por um dos tradutores de Libras presentes aos eventos presidenciais citados. O responsável pela tradução em Quixadá, e que também estava em São José dos Campos (SP), no começo do mês, representou o sinal com um gesto girando a mão sobre a cabeça. Como fazem os vaqueiros. Mais do que a "vaia cearense", o grito parece se assemelhar ao tradicionalmente proferido nos rodeios, típicos do interior de São Paulo, inclusive em Glicério, município onde Bolsonaro nasceu. Porém, nem todos os tradutores de Libras expressam o grito da mesma forma.

Mas, o que é a vaia cearense. No vídeo abaixo o influencer Max Petterson explica. Ele define dessa maneira, inclusive para diferenciar da vaia convencional: "O povo fica pensando que é vaia de ódio, vaia porque não gostou, mas não, minha gente, a vaia é uma acanalhação." E aprofunda: "É uma coisa de amor que flui do nosso coração diretamente pela nossa garganta, subindo e saindo pela boca". Assiste aí:

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