Ministro do Turismo diz que é "desonestidade" sentir saudade da gasolina a dois reais

O titular citou o salário mínimo brasileiro do ano de 2005 (R$ 260,00) para justificar uma falsa proporcionalidade entre o atual valor (R$ 1.212,00) e o preço dos insumos

O ministro do Turismo, Gilson Machado, classificou como "desonestidade" reclamações sobre o aumento nos preços da gasolina e dos alimentos. O titular citou o salário mínimo brasileiro do ano de 2005 (R$ 260,00) para justificar uma falsa proporcionalidade entre o atual valor (R$ 1.212,00) e o preço dos insumos.

"É no mínimo DESONESTIDADE,ter saudade da gasolina por 2 reais, do arroz 4 reais e da carne 11 reais, mas não tem saudade do SALÁRIO MÍNIMO DE 260 REAIS", escreveu o ministro em seu perfil no Twitter.

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— Gilson Machado Neto (@gilsonmachadont) March 14, 2022

A declaração acontece após aumento de 19% no preço da gasolina. O reajuste foi anunciado pela Petrobrás na última quarta-feira, 9, e passou valer na sexta, 11. Com o aumento, o combustível passou a ser vendido nos postos por um preço médio de R$ 8,00.

Se comparamos, por exemplo, o reajuste do salário mínimo e do combustível nos últimos seis anos, é possível observar que, enquanto o salário dos brasileiros cresceu 53,81%, a gasolina aumentou 140,96%. Os valore usados nessa equação foram o salário de 2015 (R$ 788,00) e 2021 (R$ 1.212,00), e o valor médio da gasolina naquele ano (R$ 3,32) e agora (R$ 8,00).

Após 57 dias do último reajuste, a Petrobras anunciou aumento de 25% do diesel e de 19% da gasolina. Com a escalada dos preços do petróleo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, a estatal não conseguiu segurar os preços.

O presidente Jair Bolsonaro disse no sábado, 12, que, para respeitar as obrigações legais da Petrobras, decidiu que não vai interferir nos reajustes dos preços dos combustíveis. Afirmou, no entanto, que o governo, junto com o Congresso Nacional, já está tomando medidas para não repassar para os consumidores toda a defasagem dos preços do petróleo no mercado internacional com os do diesel e gasolina no País.

"Olha só, eu tenho uma política de não interferir, sabendo das obrigações legais da Petrobras. E para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tem, num momento atípico no mundo. Não é uma questão apenas interna nossa. Então, falar que estou satisfeito com o reajuste, não estou. Mas não vou interferir no mercado", disse a jornalistas após participar de um evento para "filiação em massa" de pré-candidatos a deputados federais do PL.

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