Girão diz que CPI da Covid ‘não atendeu aos fins propostos’ e lança nota de repúdio

Senador cearense reclama que comissão focou no governo federal e deixou de investigar situações envolvendo gestões municipais e estaduais na gestão da pandemia

O senador cearense Eduardo Girão (Podemos), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar ações e omissões do Governo Federal na gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil lançou uma nota de repúdio contra a CPI. O parlamentar reclama que o colegiado não atendeu aos fins propostos. Segundo ele, isso ocorreu porque o grupo deixou de apurar situações envolvendo governos estaduais e municipais para atacar o Poder Executivo Federal.

“Em que pese a importância da apuração de eventuais ações ou omissões do governo federal no âmbito da tragédia da Covid-19, esses não poderiam ter sido os únicos propósitos da CPI da Pandemia. Com efeito, por conta dessa visão deliberadamente míope do grupo majoritário de senadores que buscou, tão somente, atacar o Poder Executivo Federal, deixou-se de investigar os bilhões de reais de verbas federais repassados à estados e municípios”, diz a nota assinada por Girão, Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

O senador cearense reclama que requerimentos do Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foram atendidos em sua maioria, enquanto os dele próprio não foram considerados ou alvos de qualquer ação concreta. Os dois foram autores dos requerimentos que deram origem à comissão.

No documento, Girão diz que a CPI se transformou em palco político, de onde “emergiram inúmeros pré-candidatos à presidência da República”. Isso, somado “à cegueira ideológica” que teria permeado os trabalhos da comissão, impediu que fossem “desmascarados inúmeros atos de corrupção”, acusa o senador.

O parlamentar ainda acusa o colegiado de ter demonstrado “dois pesos e duas medidas” no tratamento de depoentes. “Para aqueles que corroboravam com as narrativas do G-7, o tratamento era cordial, gentil e polido, já para aqueles que ousavam enfrentar o grupo majoritário os depoimentos nos remetiam àqueles tomados nas mais deploráveis delegacias de polícia, como se criminosos fossem”, afirma.

Confira a nota na íntegra: Clique aqui para baixar o PDF.

Durante a participação na CPI da Covid, Girão defendeu reiteradas vezes depoentes acusados de agir em favor de tratamentos comprovadamente ineficazes contra o coronavírus, o chamado “kit Covid”. Por isso, foi acusado de atuar em favor do Governo Federal, do qual o parlamentar se diz independente.

O parlamentar também fez requerimentos cobrando a investigação de irregularidades na compra de equipamentos pelos governos estaduais e municipais.

Em uma ocasião, Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, chamou o senador de “oportunista” por reiterar durante sessão a cobrança por convocar gestores municipais após uma reunião secreta da qual ele havia participado das decisões.

“Estava lá, escutou o que nós acordamos”, disse Aziz, fazendo referência à reunião.

“Desde o primeiro momento toda a sociedade brasileira que tem inteligência sabe que vossa excelência está aqui com um único objetivo: é que a gente não investigue por que a gente não comprou vacina. E vossa excelência, que não entende patavina de saúde, quer impor a cloroquina na cabeça da população”, reiterou o presidente da Comissão.

 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Eduardo Girão CPI da Covid omissões Governo Federal municípios estados

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar