Girão rebate críticas de Camilo: "Esse é meu trabalho e não abrirei mão disso, doa a quem doer"

Nesta quinta-feira, o senador foi criticado pelo governador Camilo Santana (PT) após denunciar supostas irregularidades na aquisição de equipamentos pelo governo do Estado para o combate à pandemia

O senador Eduardo Girão (Podemos) respondeu, nesta sexta-feira, 7, às críticas feitas pelo governador Camilo Santana (PT) sobre sua postura de denunciar supostas irregularidades na aquisição de equipamentos pelo governo do Estado para o combate à pandemia. Membro da CPI da Covid no Senado Federal, o opositor do petista no Ceará pretende levar o assunto para a comissão, onde já apresentou requerimento neste sentido. 

Segundo Girão, a fala do governador, feita nesta quinta-feira, 6, durante entrevista à rádio O POVO CBN, tem sido "uma postura recorrente". "Tudo aquilo que o incomoda vira declarações intempestivas sobre supostas 'fake news', 'calúnias' e 'estranhezas'. Defendo na CPI que se investigue a todos: governo federal, estados e municípios. Esse é meu trabalho e não abrirei mão disso, doa a quem doer", disse. 

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Em resposta a Camilo, o senador disse que sua atuação pretende "dar respostas à população sobre compras superfaturadas, calotes de respiradores, desmanche de hospital de campanha" e outros temas que "levaram milhões dos cofres públicos e, ao mesmo tempo, ceifaram vidas humanas durante a pandemia". "Após tantos decretos, toques de recolher e medidas unilaterais, talvez seja o caso de lembrar ao governador que o autoritarismo e o absolutismo não têm espaço no Brasil de hoje", completou. 

Girão defende ainda a existência de "indícios graves" de desvios de recursos federais enviados ao estado para o combate ao coronavírus. Na última terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar o procedimento instaurado para apurar supostas irregularidades na aquisição de respiradores pelo Governo do Estado do Ceará. Segundo o órgão, as investigações não constataram irregularidades que configurem-se ato improbidade administrativa. O senador, contudo, aponta outras irregularidades. 

"Por que o Governo do Estado do Ceará, por meio do Consórcio do Nordeste, comprou dezenas de respiradores da Indústria da Maconha e nunca os recebeu mesmo pagando adiantado? Por que a Prefeitura de Fortaleza comprou respiradores 18x mais caros em relação à União? Por que o Hospital de Campanha do PV, que custou quase 100 milhões de reais, foi desmanchado às pressas com 5 meses de uso quando todos sabiam que viria a segunda onda?', acusa o parlamentar.

No âmbito das investigações da CPI da Covid, Girão pediu ainda que Camilo solicite ao senador Tasso Jereissati (PSDB), a quem ele chamou de "novo aliado político" do petista, participação na assinatura do requerimento que convoca o secretário de Saúde, Dr. Cabeto para depor na comissão. 

Camilo, por sua vez, disse ser a favor de qualquer investigação “séria e imparcial” e que não se aproveite do ponto de vista político. “O Ceará vem sendo campeão em transparência inclusive pela Controladoria Geral da União (CGU). Fomos nota dez em relação a Covid-19. Então a transparência dos gastos públicos e das informações é importante”, ressaltou.

E fez duras críticas à atuação de Eduardo Girão: "O senador (Girão) tem simplesmente defendido o Bolsonaro; o projeto de Bolsonaro. E isso é inadmissível. Acreditamos em investigações sérias e o Estado do Ceará sempre estará aberto. Todos os equipamentos que o Estado adquiriu foram recebidos. Tudo que compramos, inclusive da China. Equipamentos que estão salvando vidas”, pontuou.

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