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Defesa de prefeito afastado de Uruburetama pede que vazamento de vídeos de abusos seja investigado

Os advogados protocolaram um requerimento para instauração de inquérito policial que apure como foram obtidas as imagens pela imprensa
18:36 | Jul. 25, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

As imagens utilizadas como provas nas acusações contra o prefeito afastado de Uruburetama, José Hilson Paiva, embora atestem infrações na lei, foram obtidas de forma ilegal. É o que afirma a defesa do médico. Os advogados protocolaram um requerimento para instauração de inquérito policial para apurar os meios de obtenção de tais imagens.

Nessa quarta-feira, a Justiça negou o pedido de prisão domiciliar de José Hilson. Também manteve o médico afastado da gestão municipal.

Os vídeos foram recebidos pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e foram divulgadas no programa Fantástico, no último dia 14 de julho. Nas imagens, o gestor público aparece abusando sexualmente das pacientes.

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Conforme o requerimento, após a divulgação dos vídeos pela imprensa, uma das vítimas foi ouvida pelo MP e declarou que o vereador Hélio da Vó a procurou e disse que tinha ido ao Ministério Público denunciar Hilson Paiva. E o vereador também teria exibido diversos vídeos de casos envolvendo o médico. As imagens estavam armazenadas em um pendrive.

O documento também cita uma notícia publicada pelo O POVO no dia 19 de julho que informa que o Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), do MPCE, teria recebido pendrive com as imagens em 24 de junho.

Em contato com a reportagem, a defesa não desmereceu a relevância das imagens, mas questionou o modo como foram obtidas. "As vítimas também são vítimas da ampla divulgação do conteúdo íntimo que o prefeito não havia divulgado a quem quer que seja", afirmou Leandro Vasques.

Conforme Vasques, a delegada de Uruburetama, Rogéria Neusa, já teria recebido o requerimento de abertura de inquérito policial e uma investigação seria instaurada. O advogado apontou que há "uma cortina de fumaça" que busca jogar nebulosidade diante do que "realmente está se debatendo", além da apuração do crime contra as vítimas. "Existe um interesse político muito expresso nos bastidores de tudo isso. Tanto assim o é que o vice-prefeito e o filho já foram denunciados pelo MP por um crime de extorsão", cita.

A defesa denuncia que o prefeito sofreu ameaças de que seriam divulgadas imagens de atos sexuais extraconjugais dele se ele não renunciasse. O vice-prefeito, Artur Nery; o filho dele, Alexandre Wagner Albuquerque Nery; a nora Sandra Prado Albuquerque, esposa de Alexandre Nery; e o empresário Francisco Leonardo de Castro Bezerra Melo foram acusados de tentar coagir o prefeito a assinar uma carta de renúncia.

O POVO conversou por telefone com o vereador Manuel Hélio Fernandes Coelho, conhecido com Hélio da Vó, que confirmou ser autor da denúncia contra o prefeito. "Entreguei (o pendrive) e está com eles. Não tenho mais nada a ver. Está com eles para apurar os fatos. E contra fatos não há argumentos", colocou.

Sobre a denúncia da defesa do prefeito, de suposta irregularidade, Hélio é taxativo ao negar. "Tenho meus advogados e aqui estamos. A verdade já foi revelada para o Brasil e para o mundo na internet. Sou patriota, cidadão e professor, e estou vereador por três legislaturas. Essa luta é pela libertação da Uruburetama". O vereador ainda pediu para ser citado pela reportagem como "blindado por Deus".

Segundo Hélio, ele teria sofrido ameaças, mas disse que aguarda que tais ameaças se tornem "oficiais" para então denunciar. "Estou nessa luta pela defesa da mulher da minha terra", classificou.

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