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Ministro da Educação diz que expansão do ensino superior em governos anteriores foi "uma tragédia"

Além disso, para Abraham Weintraub, antes de Jair Bolsonaro, houve uma negligência com a educação infantil e básica simultânea a uma expansão do Ensino Superior
13:03 | Mai. 08, 2019
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o modelo de investimento no ensino superior nos governos anteriores foi uma “tragédia”. A declaração foi feita na manhã de terça-feira, 7, em audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Na ocasião, apresentou as diretrizes e os programas prioritários do ministério. As informações são do O Globo.

Para Weintraub, antes de Jair Bolsonaro, houve uma negligência com a educação infantil e básica simultânea a uma expansão do Ensino Superior. “A gente aqui no Brasil quis pular etapas e colocou muitos recursos no telhado antes de ter a base da casa”, disse.

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O ministro defendeu a autonomia universitária. Porém, ponderou que autonomia não significa soberania. “Não podemos permitir que tenha consumo de drogas nos campi. Por que a Polícia não pode entrar no campus de uma escola? É um país autônomo? Tem violência acontecendo lá dentro, não pode entrar. Tem que bater palma e ficar olhando?”

O ministro ainda criticou o modelo de financiamento estudantil que, em sua análise, direciona dinheiro às instituições privadas e inflam os cursos de graduação, mas endividaram os alunos que, muitas vezes, não conseguem emprego. “É uma tragédia o financiamento estudantil. São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo”, declarou, em referência aos inadimplentes no Fies.

Weintraub ainda usou o número de citações de estudos brasileiros no exterior para dizer que a produção científica no País "tem pouca relevância". Os dados citados pelo do ministro não tratam, exatamente, do que é produzido integralmente em ciência. Ele diz que apenas 13% da produção da área de ciências humanas e sociais recebem algum tipo de citação.

Manifestações

Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) estiveram presentes na plateia da Comissão de Educação para protestar contra os cortes de 30% no orçamento das universidades federais, anunciadas pelo líder da pasta no último dia 30. Os manifestantes levaram cartazes com os dizeres "Estudante na rua, governo, é culpa sua" e "balbúrdia é cortar 30% da educação".

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A informação repercutiu negativamente entre estudantes e frentes estudantis por todo o País. Já ocorreram protestos na Bahia e no Rio de Janeiro, durante participação de Jair Bolsonaro na cerimônia de aniversário do Colégio Militar fluminense. Outros estados já programam manifestações para os próximos dias. Além disso, a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou ação civil pública para impedir a medida, que considera que tem objetivo de “retaliar e punir universidades federais cujo perfil ideológico seja diferente daquele pedido pelo governo”.

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